Em um óbvio esforço para melhorar sua imagem depois que saiu chamuscado em recente debate público com o ministro da Fazenda Guido Mantega, o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, disse nesta segunda-feira 14 que será possível uma queda “agressiva” do spread ao longo dos próximos meses, em razão da queda da inadimplência possibilitada pelo reaquecimento da economia.
“Ao longo dos próximos meses, vamos ter condições de fazer uma queda mais agressiva dos spreads”, previu Setúbal, para quem há hoje um “pico de inadimplência” nas operações de crédito dos bancos, que tende a se reverter com a retomada da economia e o aumento do emprego, da renda e das vendas das empresas.
É uma mudança radical de opinião em apenas um mês. Na segunda semana de agosto, Setúbal declarou em reunião com empresários que a redução do spread promovida pelos bancos públicos durante o período mais difícil da crise não era sustentável. Dias depois, ao anunciar o balanço do Banco do Brasil no primeiro semestre que desmentia a avaliação de Setúbal, o ministro fez ironias e um pesado ataque ao presidente do Itaú Unibanco.
“Setubal se equivocou, pois não viu o resultado do BB. Ele cometeu uma falácia, um erro grave”. O ministro disse ainda que os bancos privados deveriam seguir o exemplo do Banco do Brasil, “senão vão comer poeira”. E provocou: “Os bancos públicos tomaram mercado dos bancos privados. É bom que os bancos privados se acautelem”.
De qualquer forma, os clientes e usuários devem ficar atentos e cobrar a nova promessa de Setúbal.