Paula Cleto
Valor Econômico
As 316 empresas brasileiras de capital aberto que publicaram balanço relativo ao segundo trimestre de 2013 viram o lucro crescer, ao todo, 18,4% em relação ao mesmo período de 2012. De acordo com a consultoria Economática, responsável pelos cálculos, o ganho total das empresas foi de R$ 28,861 bilhões de abril a junho, contra R$ 24,372 bilhões em 2012.
O setor bancário é o campeão da lucratividade no período. As 24 instituições financeiras de capital aberto consideradas no levantamento ganharam, juntas, R$ 17,13 bilhões de abril a junho. Foi um aumento de 46,6% perante os R$ 11,69 bilhões apurados pelos bancos no mesmo período de 2012.
Na outra ponta, o setor com maior prejuízo é o de papel e celulose. As quatro empresas desse ramo terminaram o trimestre com perda conjunta de R$ 959,1 milhões. No entanto, foi uma leve melhora em relação ao segundo trimestre de 2012, quando essas companhias tinham registrado prejuízo de R$ 979,7 milhões.
A Economática fez também um exercício para apurar a influência das empresas do grupo EBX, de Eike Batista, no retrato atual das companhias de capital aberto brasileiras. Se as seis unidades do grupo (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX E CCX) fossem retiradas do cálculo, as 310 empresas remanescentes somariam lucro de R$ 34,476 bilhões, valor 36,1% superior ao ganho conjunto de R$ 25,335 bilhões visto no segundo trimestre de 2012.
As empresas do grupo EBX totalizaram prejuízo de R$ 5,61 bilhões em 2013 bem acima dos R$ 963 milhões perdidos de abril a junho de 2012. O maior impacto foi do impressionante prejuízo de R$ 4,7 bilhões da petroleira OGX, que reconheceu, no balanço do trimestre, R$ 4,1 bilhões em baixas contábeis relativas aos campos improdutivos e poços secos.
A OGX teve de contabilizar provisões para a perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre, além dos poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP). Por fim, a OGX ainda teve uma despesa extraordinária de R$ 957 milhões para compensar a co-irmã OSX, empresa do ramo naval do grupo, pela rescisão de contratos para uso de plataformas nos campos considerados improdutivos.