O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira, dia 15,após meses de intensas negociações, a reforma do sistema financeiro, a maior reforma de Wall Street desde a Grande Depressão nos anos 1930 e uma das grandes iniciativas do governo Barack Obama. O projeto já havia sido aprovado pela Câmara no final de junho.
A lei foi aprovada por 60 votos a favor e 39 contra. O texto será enviado a Obama para assinatura na próxima semana.
Mais cedo, os senadores a aprovaram numa primeira leitura, depois de debates por 60 votos a 38.
O texto definitivo de mais de 2.300 páginas da lei “Dodd-Frank” – nome de seus principais autores, o senador Chris Dodd e o representante Barney Frank – foi concebido para tentar impedir uma nova crise como a desencadeada no outono de 2008 (hemisfério norte), jogando a economia dos Estados Unidos no abismo.
Obama disse hoje que ainda resta muito a fazer para reparar a economia, mas afirma que políticas começam a funcionar
O QUE MUDA
A lei reforma todas as áreas dos mercados financeiros, desde como os consumidores assumem hipotecas e cartões de créditos até a forma como o governo pode liquidar uma empresa financeira em quebra. Prevê ainda restringir a tomada de risco e investimentos por parte de bancos e definir um órgão para supervisionar companhias de cartão de crédito e hipotecas.
No entanto, quando Obama assinar o texto, o trabalho de reforma não estará concluído. A lei terá que ser desenvolvida de acordo com 533 regulamentos elaborados pelas agências reguladoras.
Serão essas normas as que determinarão como a reforma atingirá bancos e cidadãos, apesar de a intenção geral ser aumentar a defesa do consumidor e vigiar mais o setor para evitar crises.
A lei estabelece pela primeira vez uma regulação dos derivativos, mercados sofisticados que estiveram no olho do furacão durante o desabe do sistema financeiro do país.
A aprovação da reforma se tornou, junto à do setor de saúde, as duas grandes conquistas de Obama na primeira parte de seu mandato.
RECUPERAÇÃO
Obama admitiu nesta quinta-feira que o progresso conseguido na recuperação econômica não foi suficiente para reparar o “enorme dano” causado pela pior recessão em décadas.
Obama disse, no entanto, que suas políticas começam a funcionar, e que o país caminha na direção correta.
“Sim, o progresso conseguido até agora não é nem um pouco suficiente para reverter o enorme dano causado pela recessão”, disse Obama, ao participar da inauguração de uma fábrica de baterias para automóveis híbridos, construída com fundos de incentivo.
“Mas o que está absolutamente claro é que caminhamos na direção correta – e que o mais certo para sair da tempestade que enfrentamos é seguir adiante, não retroceder”, disse Obama, segundo texto divulgado pela Casa Branca.