Os empregados da Caixa Econômica Federal e do Banco da Amazônia permanecem em greve por tempo indeterminado no Mato Grosso, após rodadas de negociação específica frustradas. Nesta sexta-feira, 9 de outubro, se completam 16 dias de paralisação e ambos os bancos não apresentaram propostas que contemplem as necessidades da categoria.
Somente em Mato Grosso, estima-se que a Caixa possui um déficit de mais de 200 empregados. A falta de funcionários culmina na exploração exacerbada dos trabalhadores, que tem cumprido jornada de cerca de 10 horas diárias e trabalhado durante o fim de semana.
O banco mostra que não está disposto a negociar dignamente. Exemplo disso foi a greve dos arquitetos, advogados e engenheiros da instituição, que foi prolongada por mais de um mês em decorrência da postura intransigente da empresa. Na ocasião, a Caixa preferiu apelar para a Justiça ao invés de negociar com os trabalhadores.
“A Caixa tem enrijecido as negociações e os bancários estão sendo forçados a paralisar suas atividades para que seja arrancada uma proposta com mais contratações, reajuste salarial e valorização profissional. Estamos dispostos a dialogar com a empresa, e é por isso que estamos mobilizados para que tenhamos uma resposta da direção”, argumenta o diretor do Sindicato e funcionário da Caixa, John Gordon.
No Banco da Amazônia, os funcionários estão sofrendo por conta da ineficiência do plano de assistência médica da instituição. Quando necessitam de auxílio médico, não há rede credenciada para o atendimento. Um dos principais entraves na negociação é a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), pois a empresa sequer ofereceu garantias de pagamento nos mesmos moldes da Federação Nacional dos Bancos.
Ambos os bancos estão sem proposta e sem previsão para negociação. Os trabalhadores se mantém unidos para que sejam conquistados seus direitos e mantêm a paralisação até que a direção de cada empresa apresente uma resposta às suas reivindicações.
Propostas da Fenaban e BB aprovadas
As propostas da Fenaban foram reajuste de 6% aplicado a todas as verbas, representando 1,5% de aumento real, 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. Acerca da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), decidiu-se como regra básica que caso o valor distribuído para os bancários fique abaixo de 5% do lucro, o banco deverá aumentar a PLR de cada bancário até completar este percentual, com limite para cada bancário de 2,2 salários ou R$ 14.696, o que for atingido primeiro, o total pago por cada banco poderá atingir até 13% do lucro líquido.
Os bancários conquistaram ampliação da licença maternidade para 180 dias, indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto, isonomia de tratamento para homoafetivos. As regras previstas na Convenção Coletiva para os cônjuges dos bancários serão garantidas para os parceiros de bancários e bancárias com relação homoafetiva. A comprovação da condição de parceiro (a) se dará com base nas mesmas exigências estabelecidas pela Previdência Social.
No Banco do Brasil houve avanços importantes como o compromisso do banco em discutir com o movimento sindical uma proposta para o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) até junho de 2010, valorização de 3% no piso, anúncio da contratação de 10 mil novos funcionários, implementação do Programa de Gestão da Ética e de plataformas de SESMT em todas as unidades da federação.
Também foram conquistadas a volta das substituições nas agências com até sete funcionários e para os primeiros gestores de todas as agências, sendo que o substituto deverá ser da mesma unidade, a ampliação de 5 para 30 dias a licença-adoção para pais solteiros e homoafetivos, a implementação do programa de equidade de gênero para garantir ascensão profissional mais eqüitativa para as mulheres e os abonos assiduidade poderão ser acumulados e/ou vendidos por todos os funcionários, inclusive os pós 98.