Sem proposta nova e nem avanços nas negociações específicas até o momento, os bancários do Banco da Amazônia entraram nesta quinta feira, 15, no 22º de greve.
Na quarta-feira, a categoria demonstrou sua força e unidade num grande protesto ocorrido na Matriz, em Belém, com direito a enterro simbólico do presidente do Banco, Abidias Júnior, sua Diretoria, e a intransigência da empresa nas negociações. Depois, na assembléia organizativa, os trabalhadores mantiveram o movimento.
No mesmo dia, a diretoria do Banco da Amazônia soltou um comunicado ao funcionalismo, tentando criar pânico e desrespeitando o direito justo e legítimo da categoria de fazer greve, já que o Banco não aceita negociar e nem adianta de que maneira pretende distribuir a PLR para o funcionalismo. O comunicado chegou ao correio eletrônico de cada empregado logo após o protesto realizado pela categoria.
O comunicado do Banco mereceu resposta à altura das entidades que representam o funcionalismo bem em cima do lance. Leia o texto abaixo.
As entidades representativas estão disponíveis e dispostas, aguardando comunicação do Banco para uma nova rodada de negociação. Além disso, dirigentes da AEBA e do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá buscam apoio de parlamentares e já realizaram discussões com os órgãos controladores das empresas públicas, a fim de buscar uma saída para o impasse nas negociações.
“Precisamos manter a força da greve em todas as unidades do Banco no país para conseguirmos arrancar uma proposta melhor, que contemple as nossas prioridades apresentadas na minuta específica”, defende Sergio Trindade, presidente da AEBA e vice-presidente da Fetec-CN.
A última rodada de negociação entre as entidades e o Banco da Amazônia aconteceu no dia 8 de outubro. Porém, os itens apresentados foram rejeitados pela categoria reunida em assembléia.
Veja a íntegra do comunicado das entidades:
A Verdade dos Trabalhadores
1. O Banco adotou meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, divulgando mensagens alterando o horário normal de trabalho, instando os empregados a chegarem muito mais cedo ao Banco, de forma a não permitir o processo de convencimento e persuasão por parte das Entidades a adesão à greve. Isso se chama assédio moral!
2. Também tem sido acintosa a atitude de gerentes e coordenadores que ligam para os empregados comparecerem ao trabalho, mesmo estando o contrato de trabalho suspenso em virtude do movimento grevista.
3. Só pra refrescar a memória da diretoria, o acordo sobre a manutenção do funcionamento de atividades consideradas essenciais foi rompido pelo próprio Banco quando desautorizou as listas de entrada de pessoas responsáveis por esses serviços, ainda no início da greve.
4. Faz parte do gene das entidades ter sensibilidade e cumprir a lei. Tanto é que o serviço de compensação está assegurado em todas as unidades.
5. O essencial é que a greve continua e entra firme no 21º. dia por que a categoria não aceita voltar ao trabalho sem ter suas reivindicações atendidas. E a categoria nem pede muito: apenas que se acompanhe a mesa da Fenaban, inclusive na distribuição da PLR.
6. As citadas metas impostas pelo DEST que o Banco informa é um problema que a diretoria do Banco precisa resolver. O nosso interesse é o atendimento das reivindicações: regras justas de distribuição da PLR, reajuste, isenção de tarifas, melhores condições de trabalho.
7. Essa é nossa reflexão deste 21º dia de greve: a diretoria do banco da Amazônia precisa ter vontade política para negociar. Uma negociação que seja efetiva e não apenas em muro de lamentações contra a justa e legítima greve. E que se dê um basta ao assédio moral que tanto tem se visto nesta greve!
8. As entidades repudiam com toda veemência a tentativa de intromissão da diretoria do Banco da Amazônia na vontade justa e soberana da categoria em continuar em greve até que saia uma proposta que dê para ser apreciada em assembleia geral. Quem manda na assembleia geral são os trabalhadores e não o patrão!
Chega de lamentação! Queremos solução!