(Brasília) Servidores do Banco Central (BC) permanecem em greve, o que ameaça a divulgação de três relatórios da instituição. Na sexta-feira (25), após a assembléia que decidiu pela manutenção da greve, diretores do sindicato dos servidores (Sinal) reuniram-se com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, mas não houve acordo. O governo propôs repasse do reajuste salarial em duas parcelas, em janeiro de 2008 e janeiro de 2009, mas os servidores querem pelo menos uma parcela ainda em 2007.
"O governo não alterou a sua proposta e, por isso, a greve continua por tempo indeterminado", disse o diretor de relações externas do Sinal, Paulo de Tarso Calovi. "Com certeza, os serviços serão prejudicados e é bem provável que não haja a divulgação desses relatórios", completou Calovi.
Na segunda-feira, 28, está prevista a divulgação do Relatório de Mercado, que na semana passada já sofreu atraso na divulgação. Normalmente distribuído por volta das 8h, só foi liberado três horas depois.
Outro texto que pode não ser anunciado é o relatório sobre Política Monetária e Operações de Crédito, previsto para terça-feira (29). O documento mostra o desempenho da política de controle da inflação. O resultado das contas do setor público consolidado, marcado para quinta-feira, com a avaliação do cumprimento da meta de superávit fiscal no primeiro quadrimestre do ano também poderá ser prejudicado.
Na última quinta-feira (24), o BC já não divulgou o relatórios sobre Contas Externas, que trata da entra e saída de moeda estrangeira. Apesar da greve, o BC mantém sem alterações o calendário de divulgação desses relatórios.
De acordo com Calovi, a categoria quer o mesmo tratamento dado aos delegados da Polícia Federal, que conseguiram antecipar para setembro deste ano a primeira parcela de reajuste. A greve teve início no dia 3 de maio e, segundo o sindicalista, conta com a adesão de 90% da categoria. Calovi informou ainda que a assembléia realizada ontem (25), em Brasilia, com a presença de mais de mil pessoas, foi a maior da história do Sinal.
Fonte: Edla Lula, da Agência Brasil