Sem acordo com patrões, greve dos vigilantes continua na Bahia

Depois de uma tarde de negociações na quinta-feira (28), os vigilantes da Bahia decidiram manter a greve que já dura quatro dias. No Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA), representantes do Sindivigilantes-BA, o Sindicato Metropolitano dos Vigilantes (Camaçari) e o Sindicato dos Vigilantes de Itabuna, reuniram-se com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado da Bahia (Sindesp), sem sucesso.

Os vigilantes vão permanecer paralisados até a próxima quinta-feira, dia 7, quando será realizada outra audiência. A paralisação da categoria está afetando o funcionamento de órgãos públicos e penalizando a população em suas operações de saque e pagamentos.

“O patronato não apresentou nenhuma proposta”, anunciou o diretor do sindicato da categoria, Paulo Brito.

A desembargadora presidente do TRT-BA, Vânia Chaves, mediou o encontro entre trabalhadores e patrões. “Poderá haver homologação ou extinção do processo, mas seguindo uma norma de processo. A conciliação poderia ter sido obtida hoje (ontem) e o processo encerraria aqui. Uma vez que não houve condições, porque a matéria realmente demanda um estudo, uma apreciação, o julgamento prosseguirá e, de hoje (ontem) a oito, estaremos aqui julgando”, disse a desembargadora.

Segundo o advogado da categoria dos vigilantes, Nei Viana, o sindicato patronal recusa-se a pagar adicional por periculosidade. “A lei tem que ser cumprida e o adicional de periculosidade tem que ser pago, até porque as empresas já pagam o adicional de risco de vida, reconhecendo que a atividade de vigilante é uma atividade de risco”, relatou.

De acordo com o presidente do Sindivigilantes, José Boaventura, a categoria pede o pagamento da periculosidade com a compensação dos 18% do risco de vida, o que representaria o complemento de mais 12% no salário dos profissionais. “Já sabemos que em 13 ou 14 estados já foram feitos acordos para pagar esse adicional de periculosidade”, informou Boaventura.

Além dos bancos, a paralisação que reúne cerca de 35 mil vigilantes em todo o estado cancelou a abertura de diversos estabelecimentos na Bahia. A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) e alguns dos postos da Previdência Social tiveram que encerrar as atividades.

Os postos da Previdência Social em Salvador, unidades localizadas nos bairros do Bonfim, Mercês, Periperi e um dos centros que funcionam em Brotas suspenderam atendimento. Os estabelecimentos instalados no Comércio, Centro Histórico, Itapuã e a outra unidade de Brotas estão funcionando parcialmente, com prioridade para os serviços agendados.

Já as unidades do INSS que funcionam nos municípios de Camaçari, Lauro de Freitas, Dias D’ávila, São Sebastião do Passé, Feira de Santana, Itabuna e Itaberaba, o funcionamento é parcial. Em Pojuca e Porto Seguro, o atendimento também está paralisado. Nos demais municípios, o atendimento é normal.

Segundo denúncia de uma leitora da Tribuna, a agência Praça da Revolução da Caixa Econômica Federal, localizada em Periperi, está substituindo os vigilantes que estão participando da greve. “Todo trabalhador tem o direito de fazer sua greve. É um absurdo o que estão fazendo com cerca de quatro vigilantes desta agência. O gerente mandou substituí-los, pois eles estavam nos protestos e não compareceram ao trabalho. Sei que em outras agências está acontecendo a mesma coisa.”, reclamou a leitora.

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