(São Paulo) O assédio moral é uma das mais recentes e nocivas causas de adoecimento da categoria bancária. Devido à pressão excessiva pelo cumprimento de metas e à humilhação nos locais de trabalho, muitos trabalhadores sofrem com doenças como depressão e síndrome do pânico. Por isso, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região lançou nesta segunda-feira, campanha para combater o assédio moral nos locais de trabalho.
Um debate sobre o tema marcou a abertura da campanha. Especialistas em saúde e direitos do trabalhador discutiram na segunda o tema “Assédio Moral e Adoecimento Mental nos Bancários”, com o objetivo de buscar melhorias nas condições de trabalho nos bancos. Entre os presentes estavam a médica sanitarista Maria Maeno, o advogado da área previdenciária Antonio de Arruda Rebouças e José Roberto Heloani, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas e da FGV-SP.
Durante a Conferência, o Sindicato lançou um folheto produzido especialmente para orientar e informar os trabalhadores sobre como se defender e impor respeito aos seus direitos.
Categoria adoece
Consulta feita pelo Sindicato, de janeiro a fevereiro passados, mostrou, por exemplo, que entre os bancários que responderam ao questionário, 55% vivem tensos ou preocupados, 38% dormem mal, 36% sofrem constantes dores de cabeça, 31% sentem tristeza freqüentemente, 25% têm dificuldade de elaborar pensamentos claros, 10% têm falta de apetite, 9% se consideram “inúteis” e 3% têm idéias suicidas.
“São transtornos mentais que podem levar a quadros graves e o pior, vêm aumentando em escala dentro da categoria bancária. São resultantes principalmente da forma como se cobra o cumprimento de metas de produção cada vez maiores, mas há várias razões para provocar um comportamento moralmente agressivo por parte dos gestores”, avalia o diretor de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Walcir Previtale Bruno.
Com a campanha, o Sindicato vai mostrar que o assédio moral não se limita às relações desgastantes entre chefes mal preparados e funcionários pressionados. A violência psicológica contra trabalhadores é parte da organização das empresas, como forma de garantir produtividade e as conseqüências à saúde mental e física dos funcionários deveriam ser tratadas como acidentes de trabalho.
No próximo dia 12 de julho, o Coletivo de Saúde da Contraf-CUT fará a apresentação do resultado da pesquisa sobre Assédio Moral na Categoria Bancária, organizada pela Confederação.