Seeb Rio paralisa agências do HSBC contra demissões e horário ampliado

Em protesto contra as demissões no Rio de Janeiro e pelo fim do horário de atendimento ampliado, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro paralisou, na quarta-feira (11), até o meio-dia, seis agências do HSBC do Centro da cidade: Centro Rio, Santos Dumont, Rio Branco, Cinelândia, Gomes Freire e Visconde de Inhaúma. Pressionada pela mobilização, a diretoria do banco ligou para o Sindicato e pediu a suspensão do protesto. A paralisação, no entanto, foi mantida até o final.

À tarde, a diretoria do HSBC voltou a ligar, pedindo que o Sindicato não prosseguisse com as paralisações, em troca de negociações sobre as principais reivindicações do movimento: além do fim do horário ampliado e das demissões, contratações de novos funcionários, fim do assédio moral, do desvio de funções e das metas inatingíveis.

Demissões em massa

Apesar do lucro recorde, em 2007, de R$1,24 bilhão (31% de aumento em relação a 2006), o banco inglês vem demitindo em massa. Somente na cidade do Rio de Janeiro, em um ano (março de 2007 a março de 2008), foram mais de 200 dispensas. A sobrecarga de trabalho imposta aos que ficam aumenta todo mês. O reflexo é o número cada vez maior de casos com LER. O banco é um dos recordistas em licenciados pelo INSS para tratamento. Estão registrados no Sindicato mais de 200.

“As demissões acontecem apesar de as unidades terem poucos funcionários. Com isto, piora a qualidade do atendimento. Não foi à toa que o HSBC liderou, em abril, o ranking de reclamações ao Banco Central”, afirmou o diretor do Sindicato Marcelo Rodrigues. Para Wanderlei Ferreira, o Jacaré, também dirigente da entidade, a solução, óbvia, é a contratação imediata de novos funcionários.

Assédio moral

Além disso, o assédio moral é uma constante. A pressão aumenta na proporção das metas cada vez mais absurdas. Nas teleconferências, os diretores ameaçam explicitamente com demissão os gerentes caso as metas não sejam atingidas. A exigência do fim do assédio moral tem sido feita pelos sindicatos em todas as negociações com o HSBC, mas a prática ilegal continua. Por fim, o Sindicato pressiona a empresa, através das operações fecha-banco, para acabar com o horário ampliado, imposto sem novas contratações. O resultado das manifestações foi o fim dessa prática em várias agências no Estado do Rio e em todo o país.

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