(Porto Alegre) O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) lamenta que, com todas as evidências apresentadas, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) não tenha encontrado qualquer irregularidade no processo de terceirização de serviços de tesouraria do Banrisul. A entidade discorda da avaliação do TCE, que disse não haver justificativas para validar a ação cautelar proposta contra o pregão, que está marcado para esta sexta-feira, dia 18, data em que o SindBancários completa 75 anos de fundação.
“Não podia ser diferente: vamos comemorar o aniversário do Sindicato fazendo mais um dia de luta, com mobilização a partir das 8h, em frente ao edifício-sede do banco, para tentar impedir que esse novo desmonte”, destaca o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo.
Na terça-feira, dia 15, foi realizado um ato público, diante da agência Central do Banrisul. Durante o protesto, promovido pelo SindBancários e Federação dos Bancários do RS, com a participação de 13 sindicatos do interior gaúcho, um acampamento foi montado para alertar a sociedade e suspender o pregão. Também foi iniciada, no local, a coleta de adesões ao “Abaixo-assinado em Defesa do Banrisul Público e Forte”.
A tesouraria é uma atividade essencialmente bancária e que deve ser executada por funcionários do banco. “Acreditamos que, nesta avaliação inicial, o TCE não analisou com a devida profundidade os documentos que encaminhamos”, argumenta o secretário-geral do SindBancários, Fábio Soares Alves.
Além de ilegal, a terceirização não garante a segurança dos serviços e prejudica a imagem do banco e a qualidade de atendimento aos clientes. As únicas contratações legais permitidas são para atividades de vigilância, conservação e limpeza, conforme estabelece a súmula 331 do TST.
As entidades também levaram o assunto para a Comissão de Serviços Públicos da Assembléia e a Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio e do Serviço Público, na Assembléia Legislativa. Os deputados Stela Farias e Raul Pont (PT) estiveram reunidos na terça-feira, dia 15, com o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, cujas explicações não convenceram. Lemos justificou a terceirização como forma de acabar com o trabalho insalubre na tesouraria, o que devia ser objeto de negociação com as entidades sindicais.
SindBancários e Federação dos Bancários do RS (Feeb-RS) defendem não apenas a manutenção dos empregos, mas principalmente a permanência do Banrisul público, e não de um banco de mercado, como está se tornando. “Afinal, quem ganha ao colocar o dinheiro na mão de outra empresa?”, questiona Bacelo.