O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) cobrou esclarecimentos sobre as ações do Governo do Estado envolvendo sua dívida para com a Fundação Banrisul. O encontro, na manhã desta quinta-feira, dia 15, reuniu o diretor-presidente, Emílio Keidann Junior, o diretor de Previdência, José Inácio Freire, o diretor Administrativo, Setembrino Luiz Pasquali. Pelo Sindicato estiveram o secretário-geral, Fabio Soares Alves, e o diretor Administrativo, Célio Romeu dos Santos.
Os diretores relataram que mais uma vez a Fundação é alvo de uma negociação de algumas centenas de milhões de reais, envolvendo uma dívida histórica do Estado com a Fundação do Banrisul.
O Governo do Estado está em tratativas para a obtenção de um empréstimo junto ao Banco Mundial de US$ 1 bilhão, onde a Fundação entra como credora, porém sem mencionar valores. De posse das informações, a direção da Fundação convocará uma reunião dos seus conselheiros para aprovar uma minuta autorizando a negociação com o Banco Mundial. O secretário da Fazenda, Aod Cunha, deve assinar nos próximos dias o empréstimo junto à instituição.
No encontro, os dirigentes do SindBancários pediram qual o valor que está envolvido, uma vez que em um dos artigos da minuta a Fundação se compromete a aceitar o depósito como parte integral da dívida. Lembraram que março de 1998, o banco firmou contrato para o saneamento da dívida do Banrisul no âmbito do Programa de Reestruturação do Sistema Financeiro Estadual (Proes).
Na época, existia uma dívida do Banrisul com o Fundo de R$ 525 milhões, valores de 1998, a serem pagos em 30 anos. O débito foi assumido pelo Estado, mas os créditos não chegaram aos cofres da Fundação. Por isso existe a necessidade de se conhecer qual a dívida atual.
“Nós também queremos saber qual a real dimensão desse ato. Ninguém aqui na Fundação vai assumir nada sem que seja avaliado e aprovado pelos conselheiros”, garantiu Inácio Freire.
Fabinho foi taxativo ao afirmar que o SindBancários e os banrisulenses não aceitarão que um assunto de tamanha relevância seja tratado aos atropelos, sem transparência e discussão com seus participantes, parte diretamente interessada na questão.
Esse tema que é de extrema importância para o futuro das aposentadorias dos funcionários do banco, por isso é inaceitável que uma pequena parcela toma a decisão de forma unilateral, e por meio dos conselheiros indicados pela diretoria do banco.
O SindBancários ficará atento com relação aos desdobramentos do tema, chamando a categoria para participar e discutir de forma transparente um assunto de tamanha importância e repercussão junto aos banrisulenses.