(Belém) O Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá completa hoje, 24 de novembro, 73 anos de fundação. A comemoração será à noite, com festa no Espaço Cultural, a partir das 19h. O show musical fica por conta da banda Beatles Forever e DJ Mirim. A festa também marca o encerramento da Campanha Salarial 2006 que teve como avanços aumento real e melhoria da PLR.
A programação será no Espaço Cultural da sede do Sindicato, a partir das 19h, com bebidas e comidas a preços promocionais. No domingo (26/11), a partir de 9h, será realizado um jogo de futebol entre o time formado por dirigentes sindicais, empregados do Sindicato e bancários contra o time do Vianorte. A partida será na sede do Clube (Rodovia Mário Covas).
A força bancária
A história do sindicalismo no Pará tem na luta dos trabalhadores bancários um dos capítulos mais importantes. Força, determinação e garra são características que marcam a trajetória da entidade, fundada em 24 de novembro de 1933. E essa história mostra ainda a habilidade e jogo de cintura dos sindicalistas durante a ditadura militar, quando muitos sindicatos no Pará sofreram intervenção em suas diretorias.
O historiador Cássio Guilherme de Franco Andrade, que fez o levantamento histórico dos 70 anos da entidade, em 2003, num estudo intitulado “Memória e ‘fazer-se’ do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá/1933-2003”, relata que o movimento dos trabalhadores bancários teve início no Brasil no início da década de 1920, caracterizando-se como referência para a organização das demais categorias profissionais de todo o país. No final daquela década começaram a surgir as entidades sindicais, que impulsionaram o movimento sindical do Pará, levando ao surgimento de entidades voltadas para a constituição de um movimento nacional, o que hoje se consolida.
No Pará, os trabalhadores bancários seguiram a movimentação que vinha de Rio de Janeiro e São Paulo e em 1933 foi fundado o Sindicato dos Bancários de Belém. A extensão a todo o estado do Pará e a inclusão do Estado do Amapá vieram no final dos anos 70. Logo após a fundação, o Sindicato participou, ainda que timidamente, da primeira greve nacional dos bancários, em 1934. Nos sete anos seguintes, dentre a luta pela organização dos trabalhadores em meio ao turbilhão político da época, a entidade do Pará buscava a sua legalização. O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Belém foi legalizado pelo Decreto1.042, em 10 de outubro de 1941.
Na história mais recente e marcante da entidade destacam-se a ”Era Levy” (1980 a 1992) e a luta do Movimento de Oposição Bancária (MOB) para chegar à direção do Sindicato. A oposição que iniciava reação no final dos anos 70, fragmentou-se na eleição de 1979 a chapa encabeçada por Carlos Nascimento Levy foi a vencedora. A oposição ainda concorreu com uma chapa na eleição de 1982, encabeçada pelo bancário do Banco da Amazônia, Milton Cordeiro, que numa eleição conturbada obteve 29% dos votos dos bancários, que mantiveram o grupo do Levy na direção da entidade. O MOB só conseguiu inscreve uma chapa novamente em 1991, mas foi cassada pela direção do Sindicato que realizou uma das mais problemáticas eleições da sua história.
Por causa de irregularidades na gestão, Levy foi expulso da entidade em 1992. Em 1993 foram realizadas eleições complementares e finalmente a oposição conseguiu chegar à diretoria, eleita por cerca de 80% dos votos.
Do grupo daqueles anos, ainda estão na entidade o atual presidente, Raimundo Walter Luz Júnior, o diretor de Comunicação, Manoel de Sousa e a diretora Financeira, Antônia Lopes. De lá pra cá ao grupo que fazia parte do MOB foram se juntando outros bancários, renovando a diretoria durante estes anos. A história do Seeb-PA/AP é marcada por muitas lutas e contradições, num interessante enredo que justifica ser a categoria uma das mais fortes e combativas não só no Pará e Amapá, quando em todo o Brasil. Parabéns a todos os bancários e bancárias.
Fonte: Seeb PA/AP