Secretário-geral da UNI vê Brasil como liderança sindical no mundo

O secretário-geral da UNI Sindicato Global, Philip Jennings, deu a dimensão da importância dos brasileiros na cruzada pela melhoria das condições de vida e do bem-estar dos trabalhadores de todos os cantos do planeta. Jennings participou ao vivo do Momento Bancário em Debate de quinta-feira 11, direto de Nagasaki, no Japão, onde se realiza o 3º Congresso Mundial UNI Sindicato Global.

“Esse é um congresso que une o norte e o sul e a voz do sul está sendo ouvida com muita força. O mundo mudou e o Brasil agora é uma nação que tem de ser vista como ator global. Seu país tem um novo status. É uma potência emergente. Isso significa que o movimento sindical brasileiro também está ganhando força e presença”, afirmou no programa, ao lado da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

“Quando eu falo com o FMI, banqueiros ou líderes globais, a primeira coisa que eles sempre dizem é: quem é você? Quem você representa? O fato de o Brasil e desse Sindicato aqui ser membro da UNI me dá forças. Vocês me dão a musculatura e a confiança de que eu posso apresentar as resoluções deste congresso com autoridade de São Paulo e Rio. Esse apoio e os pensamentos que esse Sindicato traz são importantes para a vida dessa organização.”

Jennings ressaltou também a nova geração de líderes na entidade. “Essa não é uma UNI Global Union que está cansada, desatualizada, envelhecida, sem novas ideias. É uma organização com líderes jovens. Temos ideias novas, energia, ação, dinamismo. Estamos aqui para mudar o mundo. Queremos mais renda para as futuras gerações, organizar os trabalhadores, conquistar direitos de negociar e mudar toda a forma do processo de globalização que temos visto. E iremos fazer isso.”

Acordo Marco – O diretor reforça ainda que a UNI tem um plano de ação sendo definido no 3º Congresso Mundial. “Não estamos aqui apenas para observar.” Dentre as ações mais importantes está o acordo marco global. “Os modelos de emprego fazem muita pressão para fazer tudo ficar mais precário. É um dos maiores desafios que temos. Para enfrentá-lo, precisamos de organização. Organizados, conquistamos acordos globais para conseguir melhorar as condições dos trabalhadores. Com os acordos globais conseguimos globalizar responsabilidades sociais”, afirmou, sem deixar de ressaltar, novamente, o papel dos trabalhadores brasileiros. “Precisamos da energia e da militância de vocês no Brasil.”

Jennings salientou também o apoio e o esforço dos trabalhadores brasileiros na figura da presidenta Juvandia Moreira. “Tem sido uma fantástica embaixatriz, não só do Sindicato, mas também das mulheres brasileiras.”

Crise – O diretor afirmou que a crise mundial ainda não acabou. “Minha mensagem é de que as elites financeiras estão reagindo e se esforçando muito para que mudanças não aconteçam. Para que não se mude as regras do jogo, não se crie regras fortes e que não se tenha transparência. Para que eles mantenham sua especulação financeira”, disse. “O comportamento não mudou. Mais de 90% das pessoas que nos colocaram nesta confusão ainda têm posição privilegiada e agora estão começando a pagar para eles mesmos bônus nos mesmos patameres. Para nós essa luta ainda não terminou.”

Juvandia lembrou que a regulamentação do sistema financeiro nacional e internacional é uma bandeira antiga do movimento sindical bancário brasileiro. “Defendemos que o sistema financeiro faça seu papel de financiar o desenvolvimento econômico dos países”, disse.

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