O presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusou os países ricos de serem os culpados pelo fato de a Conferência sobre Mudança Climática em Copenhague não chegar a um acordo. Segundo ele, há “irresponsabilidade e falta de vontade política” para “baixar as emissões de carbono e salvar o planeta”. Ele criticou “destrutivo modelo capitalista, que está erradicando a vida”.
“Se o clima fosse um banco, já o teriam salvo”, disse o presidente, fazendo referência a cartazes de manifestantes em Copenhague e questionando a atuação de países ricos frente à crise econômica.
Em seu discurso na plenária, Chávez expressou que o socialismo é o rumo para conquistar a salvação da Terra, frente ao capitalismo que destrói o mundo com a intenção de explorar seus recursos naturais. E convocou todo os governos a lutarem contra “a natureza destrutiva deste sistema”.
“Se a natureza destrutiva do sistema capitalista se opõe, lutaremos contra ela e faremos com que ele nos obedeça”, dsse Chávez em alusão às palavras do líder venezuelano Simón Bolívar, durante sua intervenção na Cúpula.
De acordo com ele, não há democracia no mundo e o que se vive na maior parte do planeta é um “ditadura imperial, que daqui seguimos denunciando”. Ele reiterou que, atualmente, a história faz um chamado a todos os povos do mundo a lutar contra o capitalismo, utilizando a justiça, a igualdade e o humanismo. “Se não fizermos isso, a maravilhosa criação do universo desaparecerá”.
“A mudança climática é, sem dúvida, o problema mais devastador do presente século, com todos os fenômenos naturais que agudizam o impacto das constantes lutas sociais que vivem as nações”, disse Chávez, em referência às marcadas diferenças econômicas que existem entre as sociedades mundiais.
Chávez recomedou a leitura do livro “Como os ricos destróem o planeta”, de Hervé Kempf, e citou o autor advertindo que “7% da população mundial é responsável pelos 50% das emissões contaminantes, enquanto que os 50% mais pobres são responsáveis pelos 7% das emissões de gases”.