Após sete dias consecutivos de protestos contra alterações regressivas no sistema previdenciário francês, o presidente Nicolas Sarkozy ordenou que forças especiais de segurança desbloqueiem depósitos de combustível tomados por manifestantes.
Na última madrugada, tropas de choque da polícia francesa derrubaram barricadas erguidas em três depósitos da Região Oeste do país. Segundo o governo, 4 mil postos de gasolina – de um total de 12,5 mil – estão secos ou correm o risco de fechar.
As medidas anunciadas por Sarkozy, entretanto, parecem não ter intimidado os manifestantes. Na manhã desta quarta-feira (20), sindicatos bloquearam outro depósito, no Sudeste da França, responsável pela abastecimento de bases militares da região e do Aeroporto de Lyon, segunda maior cidade do país. Na capital Paris, motoristas relatam espera de até duas horas para abastecer automóveis.
Apesar da crise, o presidente francês mantém-se intransigente e garantiu que não pretende recuar no plano de reforma da Previdência. Ele disse que irá até o fim para aprovar o projeto. Entre os pontos que mais despertaram a indignação dos trabalhadores, estão o aumento da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos e de 65 para 67 anos, no caso dos que não atingiram o tempo de contribuição exigido.
A opção do governo de Sarkozy pela repressão é mais um fator de crise. A esquerda e o movimento sindical continuam apostando na resistência e na luta e prometem intensificar as manifestações.
O Partido Comunista Francês, através de declaração do seu secretário nacional, Pierre Laurent desde a última segunda-feira (18) já havia dado declarações deplorando as cenas de violência, assim como a presença de forças policiais diante dos estabelecimentos em greve.