Após cobrança da Contraf-CUT e entidades sindicais, o Santander reconheceu que houve erro no cálculo da comissão de função, no total de 83 funcionários oriundos do Banco Real. Os representantes do banco espanhol disseram que esse erro ocorreu em 2009, durante o processo de integração, e que já iniciou o acerto em dezembro, sob a rubrica “Diferença de Comissão de Cargo”. Os reflexos sobre FGTS, PLR e outros serão pagos em janeiro.
O reconhecimento ocorreu durante a reunião realizada nesta sexta-feira, dia 17, em São Paulo, entre a Contraf-CUT e entidades sindicais com o Santander. O banco informou que “aplicou os reajustes previstos na convenção coletiva, levando em conta a remuneração total do empregado” e disse que “realizou uma auditoria na folha de pagamento”.
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Além disso, o banco comunicou que, “para padronizar a composição salarial de todos os empregados do banco, incorporará no salário-base dos trabalhadores egressos do Real a parte da gratificação de função que exceder o percentual previsto na convenção coletiva. O banco pretende realizar essa uniformização ainda no primeiro trimestre de 2011, garantindo concluí-la, no máximo, até o final do primeiro semestre de 2011”.
“Orientamos os funcionários para verificarem se os problemas existentes foram resolvidos pelo banco. Caso contrário, solicitamos que procurem os sindicatos, a fim de que possamos levar as questões pendentes para nova apreciação junto ao banco”, afirma o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá.
Terceirização de caixas temporários e atendentes
A Contraf-CUT e as entidades sindicais rejeitaram o Projeto Verão 2010/2011, divulgado ontem em instrução transitória, que prevê a contratação de caixas temporários e promotores de autoatendimento, num total de 140 trabalhadores em 121 unidades do banco, através de uma empresa terceirizada.
“Trata-se de uma medida inaceitável, que precisa ser alterada, pois se trata de um baita retrocesso, na contramão das discussões na Mesa Temática da Fenaban, onde trabalhadores e bancos debatem a reversão de áreas terceirizadas”, afirmou o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Queremos a geração de empregos, mas sem terceirização e precarização”, destacou.
“Nós reivindicamos que esses trabalhadores não sejam contratados através de empresa terceirizada, que o banco contrate diretamente esses caixas e atendentes, pagando a eles todos os direitos previstos na convenção coletiva”, defendeu a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Vera Marchioni.
O banco alegou que “as contratações estão de acordo com a lei e que já realiza esse procedimento desde 2005 para atender o aumento da demanda decorrente do período de veraneio e que outros bancos também o utilizam”, conforme registro do banco em ata.
Após intenso debate, o banco se comprometeu a avaliar as reivindicações das entidades sindicais e se manifestará sobre o assunto até a próxima quarta-feira, dia 22.
Demissões de funcionários egressos do Banespa e Real
A ocorrência de demissões dirigidas de funcionários egressos do Banespa e do Real foi denunciada pelos dirigentes sindicais, que reivindicaram o fim das dispensas e cobraram uma manifestação do banco.
Os representantes do Santander disseram que “não há qualquer processo de demissão ou orientação nesse sentido”. Eles se comprometeram “a verificar internamente os fatos trazidos pela representação sindical e se manifestar sobre o assunto”.
Prorrogação do pijama
Os dirigentes sindicais voltaram a reivindicar a prorrogação da Licença Remunerada Pré-Aposentadoria (pijama) até 31 de agosto de 2011, diante da enorme demanda dos trabalhadores. A vigência do pijama terminou no último dia 31 de agosto.
“Trata-se de uma medida importante que evita demissões e é praticada pelo Santander na Espanha e no Uruguai”, frisou o diretor da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro, Paulo Garcez.
O banco respondeu que “está analisando o assunto internamente”.
Folgas nos simulados da integração tecnológica
Os dirigentes sindicais reiteram a cobrança de que todas as simulações sejam negociadas previamente com os sindicatos, garantindo os direitos dos funcionários e reembolsando despesas de transporte e alimentação, assegurando vigilância e evitando horários incompatíveis e inseguros.
“Também reafirmamos a reivindicação de uma folga abonada para todos os funcionários e cobramos uma posição do banco sobre o assunto”, ressalta a diretora do Sindicato dos Bancários de Campinas, Stela.
O banco respondeu que “está discutindo internamente as reivindicações apresentadas e se manifestará sobre o assunto”.
Condições de trabalho no Call Center
Os bancários reiteraram a necessidade de retomar as discussões sobre o Call Center, onde as condições de trabalho são inadequadas e há cobrança de metas, o que é inaceitável. O banco respondeu que “tratará do assunto na reunião específica a ser agendada para janeiro”.