O Banco Santander espera aumentar sua participação de mercado para 15% no Brasil nos próximos cinco a dez anos, dos atuais 9,5%, aproveitando o esperado processo de bancarização (acesso maior da população aos serviços e produtos oferecidos pelos bancos).
O vice-presidente global do Banco Santander, Francisco Luzón, que responde pelos negócios da instituição na América Latina, demonstrou seu otimismo com a economia brasileira, avaliando que o crescimento do PIB a taxas de 5% nos próximos anos permitirá o aumento da renda per capita dos atuais US$ 10 mil para US$ 20 mil.
Ele disse que a bancarização no Brasil é muito baixa considerando a renda per capita na comparação com outros países. Mas espera mudança neste panorama com a maior oferta de recursos para empréstimos pessoais, financiamento automotivo e imobiliário para uma classe média crescente e fortalecida. “A oferta de crédito em relação ao PIB é de 45%. Em cinco anos, esperamos crescer para 60%”, afirmou Luzón nesta segunda-feira na cidade espanhola de mesmo nome onde o banco foi fundado em 1857.
O banco possui hoje 20 milhões de clientes no Brasil, dos quais apenas metade mantém conta. Os demais 10 milhões possuem algum serviço ou produto contratados com o banco, a terceira maior instituição privada do Brasil, depois do Itaú e o Bradesco.
O Santander perdeu participação de mercado no início deste ano no Brasil. Mas Lúzon minimizou a perda, dizendo que a aposta do banco é de médio e longo prazo. A instituição, que adquiriu o Banco Real em 2008, espera completar até o fim do ano a integração dos ativos, consolidando a operação numa única marca.
O banco reiterou que deve abrir 600 novas agências no País em três anos, chegando a mais de 4 mil pontos de atendimento no Brasil – que deve gerar a maior fatia dos lucros do Santander, superando pela primeira vez, a matriz espanhola.
Outra estratégia é aumentar a oferta de microcrédito. Recentemente, o banco abriu uma agência bancária no Complexo do Alemão, que reúne uma série de favelas no Rio de Janeiro. A filial faz parte de um projeto piloto de microcrédito voltado as faixas mais pobres da população. “Vamos aprender a trabalhar com isso”, disse o vice-presidente executivo de varejo no Brasil, José Paiva Ferreira.