O Santander anunciou hoje a compra de um prédio em São Paulo no valor de R$ 1,06 bilhão. O imóvel, localizado num dos pontos mais valorizados da capital paulista, abrigará a sede da instituição no país.
Além da sede do banco espanhol, o complexo abrigará também um hotel cinco-estrelas, outra torre de escritórios, um heliponto e um shopping. Toda a construção será integrada à butique Daslu, que vende produtos de alto luxo, direcionados apenas para o consumo da classe alta.
O que se pergunta é porque o Santander se dispõe a pagar uma fortuna por um imóvel – só para comparação, o lucro do banco no Brasil em 2007 foi de R$ 1,86 bilhão – ao mesmo tempo em que se mostra tão arredio a atender as reivindicações de seus funcionários por melhores condições de trabalho. Os bancários do Santander sofrem diariamente com jornadas de trabalho extenuantes, retrabalho, intensa pressão pelo cumprimento de metas, assédio moral e com o fantasma de demissões injustificadas.
O fato é que quando o assunto é investir no patrimônio físico do banco, gastando mais de R$ 1 bilhão numa sede, não há entraves. Quando o assunto é investir na melhoria das condições de trabalho daqueles que geram o lucro para a empresa, como em contratações, por exemplo, tudo se torna muito difícil. O que falta é o Santander perceber que o seu maior patrimônio, ao lado dos seus clientes, são os funcionários que lutam diariamente pelo crescimento da empresa.