Manifestação em frente à Torre Santander na última sexta-feira
“Não haverá demissão em massa”, foi o que garantiu nesta terça-feira, dia 5, o Santander em reunião com representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A direção do banco afirmou que haverá um processo de otimização das áreas centrais, mas que, para isso, será dada prioridade a mobilidade interna.
Ou seja, a instituição financeira se comprometeu em preencher as vagas existentes primeiramente com os trabalhadores da própria empresa, para aproveitar os funcionários do quadro e evitar, assim, as demissões. Atendendo à reivindicação do Sindicato, o banco garantiu, ainda, que dará conhecimento das vagas existentes para todos os funcionários e que a entidade sindical irá acompanhar todo o processo.
“Vamos continuar acompanhando de perto cada etapa para garantir que não haja corte. Um banco do porte do Santander, em pleno processo de expansão de negócios e registrando lucros elevados, inclusive no Brasil, que foi a sucursal mais lucrativa do grupo, 25% do resultado, não tem nenhum motivo para demitir trabalhadores”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.
“Foi muito importante a pronta reação dos trabalhadores para acabar com essa ameaça de demissão. Os bancários devem caminhar mobilizados e junto ao Sindicato”, destacou a diretora executiva e funcionária do Santander, Rita Berlofa. Ela afirma também que foi cobrada a prorrogação do “pijama”, salientando a enorme demanda de trabalhadores aptos a aderir e a existência da mesma prática no Santander em outros países. A direção do banco ficou de avaliar.
Por parte do banco, participaram da reunião a vice-presidente de Recursos Humanos, Lílian Guimarães, e o superintendente de Relações Sindicais, Jeronimo dos Anjos. Além de Rita Berlofa e Juvandia Moreira, também participou da reunião o presidente da Afubesp, Paulo Salvador.
Entenda o caso
A notícia de que haveria em curso um plano de demissões em massa surgiu na noite de quinta-feira, dia 31. Na manhã seguinte, os trabalhadores já se mobilizaram e, antes das 7h, já estavam na frente da Torre do banco denunciando e protestando. No final da tarde, o Sindicato enviou uma carta cobrando uma reunião, para pedir esclarecimento sobre as denúncias.
Somente em 2010, o Santander registrou no Brasil a bagatela de R$ 7,4 bilhões de lucro, valor nada menos do que 34% superior ao resultado de 2009. Com esses números, o mercado brasileiro ultrapassou até mesmo o espanhol e se tornou o mais lucrativo do banco no mundo, com 25% do total. A Espanha representa, hoje, 15%.