O Santander, mais uma vez, desrespeita os direitos dos brasileiros. Após se comprometer a negociar um acordo global, que deveria compreender todas as ações judiciais pendentes, tanto da ativa como dos aposentados, o banco mudou o discurso.
Em reunião realizada nesta quarta-feira, dia 5 de agosto, em Brasília, com integrantes de entidades de representação, dentre as quais a Afubesp e a Comissão Nacional dos Aposentados (CNAB), e coordenada pelo deputado federal Nelson Marquezelli, o grupo espanhol provocou espanto ao modificar totalmente o que estava proposto. Para surpresa geral, até mesmo os negociadores que participaram do encontro anterior foram trocados.
Na reunião anterior, ocorrida em 1º de julho, os advogados do banco, Renata Quartim e Arnaldo Laudisio, informaram que a empresa iria apresentar um acordo, com a previsão de quantia definida e que não seriam discutidos índices distintos, oportunidade em que os dirigentes da Afubesp firmaram posição de que a questão deve ser debatida em três pontos: valor das gratificações semestrais e dos reajustes retroativos de 2001 a 2006, correção das complementações dos pré-75 e seus reflexos.
Banco discrimina aposentados
No entanto, ações como a dos reajustes do Plano V ficaram fora da pauta do banco, que se dispôs somente a falar sobre as gratificações. Além disso, os negociadores também propuseram retirar o debate do âmbito parlamentar e público e levar a questão para reuniões privadas. Houve recusa total das proposições por parte das entidades de representação. “Essa atitude é uma provocação, um deboche”, diz o representante da CNAB, Herbert Moniz.
Com a inexplicável mudança de postura, o deputado Nelson Marquezelli, ao fim da reunião, afirmou que, já na semana que vem, encaminhará ao Congresso Nacional o pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Santander.