Valor Econômico
Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo
Os bancos estão aproveitando os bons ventos no mercado internacional – após o apoio do Fundo Monetário Internacional e países ricos da Europa à Grécia – e emitindo eurobônus. O Santander Brasil acaba de lançar US$ 500 milhões, pelo prazo de vencimento em 5 anos, e o Banco ABC Brasil conseguiu captar US$ 300 milhões por 10 anos.
Os eurobônus do Santander pagam um prêmio de 200 pontos básicos sobre os papéis do governo dos Estados Unidos, em transação liderada pelo Deutsche Bank, J.P. Morgan e Santander. O rendimento é de 4,552% ao ano. Os papéis são de dívida sênior sem garantia.
Já os títulos emitidos pelo ABC Brasil são de dívida subordinada nível 2 (“tier 2”), que entra como capital no balanço da instituição financeira, mas tem risco menor de que a dívida de nível 1. Com os recursos para o capital de nível 2, o banco terá mais espaço em seu balanço para emprestar.
O rendimento dos títulos do ABC ficou em 8,125% ao ano, o equivalente a 428,8 pontos básicos sobre os títulos do Tesouro dos EUA. Os líderes foram o HSBC, Itaú e Santander. O Banco Votorantim e o BES Investimento atuaram como colíderes na transação.
Segundo explicou Alexei Remizov, responsável pela área de mercado de capitais para Brasil do HSBC Securities em Nova York, o ABC lançou inicialmente US$ 200 milhões, mas a demanda por parte dos investidores chegou a US$ 600 milhões de 135 contas diferente. Por isso, o ABC resolveu ampliar o total captado para US$ 300 milhões.
Os europeus foram os principais compradores, com 32,4% do total, seguidos pelos norte-americanos, com 30,87%, e pelos latino-americanos, com 21,66%.