Santander desrespeita direito de greve e pune bancários do Vila, em São Paulo

O Santander está desrespeitando o direito constitucional de greve e punindo os bancários do Vila Santander, em São Paulo, que não foram para os contingenciamentos durante a paralisação deste ano. De acordo com as denúncias recebidas pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, as penalizações são em forma de pontuações negativas na DPO (avaliação de desempenho).

Durante a greve, na tentativa de enfraquecer o movimento, os bancos transferem funcionários para outros prédios com o objetivo de burlar as mobilizações realizadas nos centros administrativos. São os chamados contingenciamentos.  

Um dos critérios de avaliação da DPO analisa se o bancário do Vila Santander foi para a contingência na greve. Quem não foi tem sua nota nesse ponto rebaixada. Isso prejudica quem quer concorrer a uma vaga no processo seletivo interno ou torna o bancário mais suscetível a uma demissão.

“O banco já desrespeita a lei de greve quando faz contingenciamento e ainda quer punir quem não se sujeitou a esse abuso”, critica André Bezerra, dirigente sindical e bancário do Santander. “É inaceitável penalizar o trabalhador por ter exercido um direito garantido pela lei e pela Constituição Federal.”

O direito de greve é assegurado pela Lei 7.783, de 1989, e também pelo artigo nono da Constituição, que determina: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.

Mudança unilateral de horário – Os bancários do Vila também denunciam que o Santander está impondo alterações no horário da jornada de trabalho. Bancários que entravam às 8h passaram a entrar às 13h. E tem gestor que está fazendo sorteio para definir quem irá mudar de horário, usando critérios como melhor Aderência na Equipe e até AQO (Avalição de Qualidade Operacional).

“Mudar o horário de trabalho em até cinco horas, sem discussão prévia, revela a falta de profissionalismo e o desrespeito do Santander com as necessidades individuais dos trabalhadores”, critica André Bezerra. “Questionamos a direção do banco sobre as denúncias e aguardamos solução imediata dos problemas apresentados. Não aceitaremos esse tipo de postura do banco, tanto em relação à mudança de horário como às perseguições a quem aderiu a greve”, afirma.

 

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