Terminou em impasse a negociação entre as entidades sindicais e o Santander, realizada nesta terça-feira, dia 26, em São Paulo. Os bancários voltaram a cobrar o adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mas o banco continua sem proposta. A reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) deu continuidade ao encontro ocorrido no último dia 12.
Também não houve avanços em relação ao pacote de novas políticas para os empregados, conforme cartilha apresentada pelo Santander aos dirigentes sindicais na segunda-feira, da 25, e que trata, entre outros assuntos, do plano de previdência complementar e dos convênios médico e odontológico.
Os bancários destacaram para o banco que o adicional da PLR é imprescindível, pois os funcionários exigem valorização. “O Santander remunerou de forma muito generosa os executivos e os acionistas. Só os trabalhadores foram marginalizados com uma PLR rebaixada por conta da confusão da publicação de dois balanços diferentes em que o Santander é altamente lucrativo. Os bancários precisam ser recompensados pelo esforço e dedicação”, ressalta Mário Raia, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
Os dirigentes sindicais também cobraram o fim imediato das demissões e a solução para a falta de funcionários nas agências. “É uma incongruência, o quadro defasado e o banco demitindo. Com isso, aumenta o número de horas extras, a extrapolação da jornada, o assédio moral e o desvio de função. Negociamos o centro de realocação e o pijama justamente para evitar as demissões e corrigir a questão da falta de pessoal. O banco precisa fazer a sua parte porque o problema está generalizado e a reclamação foi feita por sindicatos do Brasil inteiro”, explica.
Novas políticas
Os bancários pediram para o Santander o adiamento da implantação das novas políticas para os empregados. Segundo o banco, o pacote entra em vigor no dia 1º de junho. Os representantes dos trabalhadores destacaram que há muitos problemas com as alterações que o Santander quer fazer, principalmente com a assistência médica e com o plano de previdência.
“O banco insistiu que vai colocar o pacote em prática no dia 1º de junho. Com muita pressão, conseguimos arrancar uma nova negociação para esta quinta-feira, dia 28. Vamos tentar aparar algumas arestas, mas as mudanças têm muitos problemas. O Santander diz que está atendendo nossas reivindicações, mas na verdade os principais pontos ficaram de fora. A proposta foi construída de forma unilateral pelo banco e, do jeito que está, os bancários que têm o plano da HolandaPrev terão perdas muito grandes”, ressalta Roseane Rodrigues, funcionária do Real e diretora do Sindicato.
As entidades sindicais vão continuar a pressão para que nenhum bancário seja prejudicado com as mudanças. E orientam que os funcionários do Santander não assinem nada e nem aceitem qualquer alteração nos planos de previdência e de saúde.
Outros pontos
Os dirigentes sindicais voltaram a cobrar a licença-maternidade de seis meses. O Santander disse que a reivindicação está em discussão na Fenaban e que vai seguir a orientação dos banqueiros. Os representantes dos bancários destacaram que o Santander tem todas as condições de estender o benefício e desafiaram a diretoria do grupo espanhol a ser a primeira entre os grandes bancos privados a garantir esta conquista para os trabalhadores.
Os bancários também cobraram a solução dos problemas com o ponto eletrônico do Real. Os representantes do banco disseram que já corrigiram a falha que não registrava o ponto via intranet em São Paulo e que está fazendo o acerto em outras cidades. Os demais problemas, como a falta de ponto para os gerentes do Real, serão corrigidos, segundo o banco, com a implantação do mesmo programa do atual sistema de ponto eletrônico do Santander.
As entidades sindicais pediram ainda um balanço do centro de realocação, do pijama e do abono indenizatório, conquistados recentemente pelos bancários. O Santander comprometeu-se a apresentar os números na reunião de quinta-feira.