Santander chama bancários para trabalhar na madrugada de domingo em Cuiabá

Sindicato surpreende agência trabalhando na madrugada de domingo

No total, 26 bancários da agência Alencastro e aproximadamente 10, da agência Barão de Melgaço, do Santander, ambas localizadas na região Central de Cuiabá, trabalhavam de madrugada, por volta das cinco horas da manhã do último domingo (7), quando foram surpreendidos pela diligência do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro no Estado de Mato Grosso (SEEB-MT).

O fato é recorrente, já que no dia 10 de outubro de 2006, a mesma situação foi detectada pelo Sindicato no Banco Real, hoje pertencente ao Grupo Santander. Na época do flagrante, os funcionários estavam sendo convocados a trabalhar por volta das 3h da madrugada.

Depois que a direção do Sindicato entrou em contato com o então consultor de Recursos Humanos do Departamento de Relações Sindicais do ABN Real, Alberto Cassiano, o banco chegou a garantir que não iria mais realizar esse tipo de prática.

Porém agora, quatro anos depois, o caso se repete, em mais um flagrante comprovado pelos dirigentes sindicais.

“Não concordamos com essa convocação feita em pleno domingo, dia de descanso e que se estendeu até por volta do meio-dia. Além do acúmulo de trabalho, da falta de comunicação ao Sindicato e também à Delegacia Regional do Trabalho, a atividade se mostrou totalmente irregular. Estamos solicitando ao banco o pagamento de todos os direitos trabalhistas dos funcionários que estavam trabalhando na agência em plena madrugada de domingo”, afirmou o presidente do SEEB-MT, Arilson da Silva.

No momento do flagrante, os dirigentes sindicais também identificaram a ausência de vigilantes na agência. “Essa atitude do banco coloca em risco a vida de todos os funcionários convocados ao trabalho ainda de madrugada”, se indigna a dirigente sindical Nice Pereira, funcionária do Santander e que também estava na agência durante o flagrante.

Em contato telefônico com a representante de Relações Sindicais do Santander, Fabiana Ribeiro, o presidente do SEEB-MT solicitou informações sobre o fato ocorrido. O dirigente sindical foi enfático ao protestar sobre a forma como tudo aconteceu, ou seja, em dia e horário destinados ao descanso e sem comunicação prévia ao Sindicato. “É preciso que o banco reveja essa política e que pague, conforme determina a lei, todas as horas-extras”, reforça.

Durante a conversa, a representante do Santander informou que essas atividades estão acontecendo em algumas agências bancárias do país e que os funcionários são convidados a participar.

Para o dirigente sindical Florisvaldo Pereira, funcionário do Santander, houve contradição da direção do banco em Cuiabá, quando afirmou que os funcionários já sabiam que existiriam treinamentos e que os mesmos já haviam sido comunicados à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), conforme explicação dada no dia do flagrante.

Porém, em contato com a direção da Confederação em São Paulo, a direção do Sindicato em Mato Grosso foi informada que nada havia chegado ao conhecimento dos dirigentes sindicais. “É um desrespeito com o trabalhador bancário e com toda a categoria. Existe uma organização criada, tanto em nível estadual como nacional, justamente para tratar de assuntos dessa natureza, mas o banco teima em se manter acima do bem e do mal. Já pensou se essa moda pega?”, enfatiza.

Conforme o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Widerkehr, situações como essas, onde o banco precisa trabalhar em outro horário devido ao processo de integração tecnológica em andamento, devem ser comunicadas diretamente ao Sindicato local e com antecedência, a fim de que sejam respeitados todos os itens que constam na Convenção Coletiva de Trabalho e na CLT.

Diante do fato, o SEEB-MT já está buscando junto com o movimento sindical nacional as formas legais de resolver esse problema que vem se tornando habitual no banco. “Os bancários não podem pagar o preço pela política de acúmulo de lucros do banco. Vamos buscar a melhor forma de resolver essa questão para que ela não mais aconteça”, finaliza Arilson.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram