Santander busca aquisição em consignado, diz Valor Econômico

Carolina Mandl
Valor Econômico – São Paulo

O Santander Brasil avalia parcerias ou até aquisições de bancos especializados em crédito consignado como um caminho para crescer no segmento. O Valor apurou que a subsidiária brasileira do banco espanhol tem analisado algumas instituições especializadas na modalidade. Pelo menos dois bancos já foram avaliados pelo Santander Brasil: o mineiro Bonsucesso e uma outra instituição de controle estrangeiro.

Procurado pela reportagem, o Santander afirmou que “não comenta rumores de mercado”. O Banco Bonsucesso não confirmou a informação.

A aliança com um banco especializado no crédito consignado poderia ajudar o Santander a avançar em uma modalidade de empréstimo que tem crescido nos seus dois principais concorrentes privados: Itaú Unibanco e Bradesco. A liderança desse mercado pertence hoje ao Banco do Brasil.

A carteira de crédito consignado do Santander fechou março em R$ 12,8 bilhões, valor 14,8% menor do que um ano antes e 6,7% inferior em relação a dezembro. O estoque dessa modalidade no país encerrou março em R$ 229,59 bilhões, com crescimento de 15,5% no acumulado 12 meses.

Em 2012, o Santander chegou a fazer uma proposta pelo banco Cruzeiro do Sul, naquela época sob intervenção do Banco Central, com a meta de avançar no consignado. Sem chegar a um acordo em torno de garantias com o principal credor do Cruzeiro do Sul, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o Santander desistiu do negócio.

Recentemente, o banco espanhol também reforçou o foco institucional no consignado, numa demonstração clara do interesse que tem na operação.

Em janeiro, o Santander nomeou Pedro Coutinho para a vice-presidência executiva de desenvolvimento de novos negócios, que se reporta direto ao presidente do banco, Jesús Maria Zabalza Lotina. Entre seus mandatos está buscar oportunidades em consignado, agronegócio e em credenciamento de cartões.

Antes disso, o banco já tinha começado a se reestruturar para entrar na disputa pelo consignado. Desde que o Banco Central proibiu o uso de correspondentes bancários dentro das agências, o Santander perdeu força no crédito com desconto direto na folha de pagamento.

O banco montou cerca de cem escritórios estrategicamente perto de suas agências para abrigar cerca de 1.300 correspondentes. Caberá a eles vender o consignado na vizinhança e depois levar o cliente até a agência para formalizar a operação.

Para alcançar não-correntistas do banco, o Bradesco conta com uma promotora de vendas própria há alguns anos.

Mais novato no segmento, o Itaú Unibanco fechou uma parceria com o banco mineiro BMG em 2012, especializado no consignado. Ambos criaram um novo banco, o Itaú BMG, do qual o Itaú é o controlador.

Por enquanto sem uma estrutura para vendas para não-clientes, o Banco do Brasil tem crescido a taxas mais baixas do que seus concorrentes privados. O banco deve, porém, utilizar o banco Votorantim para ganhar espaço.

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