(São Paulo) Em reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, ocorrida nesta terça-feira, dia 5, em São Paulo, o Santander Banespa apresentou para a Contraf-CUT e a Comissão de Organização dos Empregados (COE) o projeto de Reestruturação de Níveis e Cargos, que está sendo implantado pelo banco. Foi a primeira vez que a instituição abriu informações sobre o Plano de Cargos e Salários (PCS) para as entidades sindicais e de representação.
Segundo o superintendente de Relações Sindicais, Gilberto Trazzi Canteras, “trata-se de um instrumento de gestão balizado pelo mercado e, desde setembro, vem sendo apresentado para as regionais”. O banco alegou que havia “dispersão salarial” e que o projeto busca a revisão do atual modelo de remuneração, dentro de um período de até três anos. Canteras informou que o banco tinha 1.600 cargos, que foram reduzidos para 950.
Conforme a apresentação, “o projeto é uma revisão do modelo atual de remuneração, otimização dos níveis hierárquicos existentes, atualização das faixas salariais praticadas à realidade do mercado e disponibilização de ferramentas e regras para que os gestores sejam responsáveis pela adequada administração salariais das equipes”.
O banco salientou que “o projeto não é um novo modelo com o objetivo de redução de custos, nem oportunidade em larga escala para ajustar salários abaixo do mercado e muito menos um de/para de cargos e grades salariais”.
O projeto estabelece “mudanças na administração do salário fixo”, com faixa salarial com amplitude para progressão salarial horizontal, faixas regionalizadas para todas as áreas do banco, fixação de 12 níveis salariais no lugar das 24 grades salariais anteriores, e administração dos salários de acordo com a estrutura salarial aprovada, vinculada ao desempenho e orçamento (em até três anos)”.
A estrutura salarial prevê “faixa salarial com amplitude de 70% e cargos com maturidade (júnior, pleno e sênior) e cargos sem maturidade”. Cada gestor terá alçada para chegar ao ponto médio da faixa.
Ao final da apresentação, o banco destacou que “para planejar ações e otimizar a administração salarial, serão considerados: disponibilidade orçamentária, posicionamento na faixa, histórico de performance, encarreiramento, aproveitamento interno e necessidade de contratação”.
Projeto não garante isonomia
Na avaliação da COE do Santander Banespa, a reestruturação apresentada não assegura isonomia salarial. “O projeto não garante igualdade de tratamento para muitos funcionários, especialmente gerentes, que possuem o mesmo cargo e tempo de banco, porém recebem salários desiguais”, ressalta o diretor da Contraf-CUT, Paulo Stekel. “A isonomia de salários, direitos e oportunidades deveria ser a outra parte do processo de integração tecnológica e unificação da marca do banco”, salienta.
“O tempo de até três anos para a revisão do modelo atual de remuneração é muito longo e, por isso, o banco tem que agilizar esse procedimento para corrigir as graves distorções existentes, como forma de valorização profissional dos funcionários”, reivindica o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região e da Afubesp, Ademir Wiederkehr. “O banco só perde com essa demora, pois não acaba com as injustiças, não investe na auto-estima dos funcionários e ainda forma passivo trabalhista”, conclui.
Também participou da reunião o diretor do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte e um dos representantes do RS na COE do Santander Banespa, Bino Koller.
Fonte: Seeb PoA, Contraf-CUT e Afubesp