“Saidinha de banco” cresce 33% no Rio apesar da proibição do celular

O número de crimes de “saidinha de banco” no Estado o Rio de Janeiro passou de 400 entre abril e junho de 2010 para 532 no mesmo período de 2011, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio. Esse aumento de 33% ocorreu mesmo após a aprovação da lei estadual que proíbe o uso de celular dentro das agências, medida apoiada pelos bancos e criticada desde o início pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV). O levantamento foi citado em reportagem exibida nesta sexta-feira 16, pelo Jornal Hoje, da Rede Globo.

“O aumento de 33% das ocorrências no Rio comprova o acerto da nossa posição contra a proibição do celular, medida que consideramos totalmente ingênua, inócua e ineficaz, pois transfere para clientes, bancários e vigilantes uma responsabilidade que é dos bancos, uma vez que esse crime começa dentro das agências”, afirma Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

A reportagem da Globo mostrou também que a lei não é fiscalizada. Com câmeras escondidas, produtores da TV falaram em celulares sem serem interrompidos em agências de Curitiba (PR) e São José do Rio Preto (SP). “Não é função dos bancários exercer tarefas de segurança e os vigilantes não podem descuidar de suas atribuições”, aponta o diretor da Contraf-CUT.

Na cidade de São Paulo, onde a lei entrou em vigor no dia 29 de agosto, bandidos já encontraram um “jeitinho” para se comunicar sem o aparelho e continuar praticando o crime, usando linguagem de sinais.

Além da capital paulista e do Rio, leis similares também vigoram no Ceará e em mais 32 municípios, segundo a matéria da Globo, que não mencionou nenhum município ou estado onde esse crime tenha diminuído após a proibição do celular.

Para a Contraf-CUT e CNTV, o combate à “saidinha de banco” passa pela instalação de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, divisórias individualizadas e opacas entre os caixas internos e os eletrônicos com altura adequada para garantir a privacidade das operações, além de câmeras internas e externas com monitoramento em tempo real fora dos estabelecimentos controlados.

“A solução é garantir a privacidade aos clientes e impedir a visualização de olheiros”, explica Ademir. “Também propomos aos bancos o fim das tarifas de transferência de valores (DOC e TED) para impedir que as pessoas andem na rua com muito dinheiro e sejam alvos de assaltantes”, completa.

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