(São Paulo) Nesta quinta-feira,
O evento, que faz parte das atividades ligadas ao 28 de abril, Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, foi organizado pela Fundacentro, com a participação de várias entidades sindicais, entre elas a CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de São Paulo (Cerest), dos ministérios da Saúde, Previdência e Trabalho, e de diversas entidades da sociedade civil. O evento contou com o apoio dos deputados Cido Sério, Hamilton Pereira, Marcos Martins, Roberto Felício e Simão Pedro, todos do PT. Várias outras atividades foram realizadas durante este mês e outras ainda acontecerão.
O debate da manhã contou com a presença do professor de economia da Unicamp Marcio Pochmann, que falou da possibilidade de se alcançar o desenvolvimento sem sacrificar a saúde e a segurança do trabalhador. Os debatedores presentes na mesa da manhã foram o médico sanitarista Heleno Rodrigues Correa Filho, da Unicamp, e Dary Beck Filho, diretor do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (Inst) e membro da Executiva Nacional da CUT.
Dary falou sobre o PAC e afirmou que a CUT, como outros segmentos da sociedade, é favorável a adoção de políticas que favoreçam o crescimento econômico, pois só assim haverá a diminuição dos problemas sócias e uma melhor distribuição de renda. No entanto, continuou, a sociedade precisa exigir que isso não leve à precarização do trabalho e a um aumento da terceirização. Ao contrário, ele afirma ainda que se trata de ótima oportunidade para a geração de empregos e a diminuição das horas-extras.
Para Pochmann, diferentemente do que dizem alguns teóricos, o aumento de produtividade resultante da utilização das novas tecnologias tem um potencial enorme e ainda não dimensionado que favorece à geração de emprego e à redução da jornada de trabalho.
Mídia
Na parte da tarde, o papel da mídia foi o centro do debate. O jornalista Raimundo Pereira, atualmente colaborador da Carta Capital, e histórico militante do que chama de mídia popular, lembrou que os grandes veículos de imprensa estão voltados aos interesses do capital. Assim, tratam questões como a saúde do trabalhador de forma superficial e distorcida. Os debatedores foram Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT, Eduardo Alves Pacheco, diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Jorge Carlos Botelho, presidente do Sindicato Nacional de Proteção de Vôo, e Flávio Aguiar, editor-chefe da Agência Carta Maior.
Os sindicalistas presentes na mesa lembraram de alguns fatos que acabaram trazendo o tema da saúde do trabalhador para a mídia comercial. O primeiro exemplo citado foi a queda do Boeing da Gol
Outro exemplo é o acidente na Linha 4 do Metrô de São Paulo. Após o acidente, que teve entre as vítimas fatais um operário, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo foi capaz de trazer o debate a respeito da forma de contratação das obras, que produziu 10 acidentes além desse, inclusive com vítimas fatais.
O terceiro caso citado é o aumento dos assaltos a banco. Embora o enfoque não seja as condições de trabalho da categoria, notícias sobre os assaltos são uma oportunidade para discutir segurança no trabalho. Para Carlos Cordeiro, da Contraf-CUT, a onda de assaltos a banco demonstra o descaso dos bancos com a segurança e a saúde de clientes e bancários. O “apagão” da segurança já vitimou funcionários, consumidores e até transeuntes que circulavam nas proximidades de agências assaltadas, únicos momentos em que a mídia discute a questão. Formas de prevenção e aumento da segurança para trabalhadores e clientes são ignoradas.
Para o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Plínio Pavão, o 28 de abril vem ganhando espaço na sociedade que percebe a importância do tema. Criado em
Mais atividades
Nesta sexta-feira, 27, e sábado, 28, as atividades continuam.
Fonte: Contraf-CUT