Na cidade do Rio de Janeiro, a paralisação continua crescendo no 11º dia da Greve Nacional dos Bancários. Nesta sexta-feira (16) estavam paradas 474 agências e sete prédios (dois do Banco do Brasil, dois do Santander, o da Caixa Econômica Federal da Almirante Barroso, o do Itaú Cancela e o Bradesco Pio X). Considerando que cada agência tenha em média 15 funcionários, são 7.110 parados nestas unidades, mais 5.400 dos prédios, chegando a uma adesão total de 12.510 bancários na capital fluminense.
Não são apenas as cláusulas econômicas que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) recusa-se a negociar, mas também as que dizem respeito aos clientes e à população em geral. Entre elas estão as que cobram mais investimentos em segurança, como a instalação de equipamentos eletrônicos e biombos entre os caixas para evitar as saidinhas, as que exigem o fim da pressão para que os bancários não sejam submetidos ao assédio moral para cumprir metas absurdas de venda de produtos que muitas das vezes não interessam aos correntistas, bem como aquelas pelas quais os bancos se comprometeriam com o fim das demissões em massa e a realizar novas contratações de forma a melhorar as condições de trabalho e de atendimento.
“Esta recusa mostra o descaso dos bancos não apenas com os bancários, mas com toda a sociedade. As demissões em massa trazem a queda cada vez maior da qualidade do atendimento, o baixo investimento em segurança coloca em risco cada vez maior a vida de correntistas e bancários e o assédio moral, associado à pressão por metas adoece os funcionários, tornando pior o serviço prestado. O lucro dos bancos vem da exploração dos bancários, mas também dos clientes”, afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso. Para a dirigente, não existe qualquer justificativa que não a ganância por mais lucros para justificar a intransigência dos banqueiros e sua recusa em voltar a negociar e a apresentar uma proposta global de acordo.
PF multa bancos
Só para citar um exemplo, em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) multou 20 bancos em R$ 8,717 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário, durante a 104ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília. O Itaú foi novamente o banco mais punido, com multas de R$ 2,474 milhões, seguido do Bradesco com R$ 1,939 milhão, do Santander com R$ 1,568 milhão, do Banco do Brasil com R$ 1,389 milhão e da Caixa Econômica Federal com R$ 564 mil. As principais infrações cometidas foram equipamentos inoperantes, funcionamento de unidades sem plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, número insuficiente e até ausência de vigilantes, falta de rendição de vigilantes no horário de almoço, transporte de valores feito por motoboy e cerceamento a policiais federais para fiscalizar estabelecimentos dos bancos, dentre outras.