Em assembleia que lotou o auditório, nesta quinta-feira (22/2), à noite, a categoria bancária aprovou, por ampla maioria, a Contribuição Sindical Voluntária (CSV), correspondente a 1/30 (um dia) do salário, a ser descontado no contracheque de março. A decisão foi tomada diante de um cenário adverso de redução do número de bancários, que tende a se agravar em função do processo de reestruturação e novas tecnologias dos bancos, e da extinção da Contribuição Sindical, aprovada na reforma trabalhista do governo Temer, como as demais mudanças, com objetivo de golpear os trabalhadores, fragilizando a sua luta, através do enfraquecimento financeiro dos sindicatos que os representam.
Segundo a decisão da assembleia, a Contribuição Voluntária será feita por toda a categoria, abrangendo, portanto, sindicalizados e não sindicalizados. Cartas de oposição ao desconto da contribuição poderão ser encaminhadas ao Sindicato, na sede da Associação dos Funcionários do Banco do Brasil da Lagoa (AABB-Lagoa), AABB-Tijuca, Sintergia e Subsede de Campo Grande, na terça, quarta e quinta-feira próximas. Endereços, horários e outros detalhes serão publicados na próxima edição do Jornal Bancário.
O diretor do Sindicato, José Ferreira, que apresentou as propostas em nome da diretoria, lembrou da importância da Contribuição Voluntária, sobretudo neste momento, já que, este ano, a Campanha Nacional dos Bancários começará mais cedo, em função da reforma trabalhista, que acabou com a ultratividade. Isto significa que os direitos constantes das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) deixarão de valer, pela nova lei, após dia 31 de agosto, sendo necessária toda a pressão possível da categoria, nacionalmente, para mantê-las, o que vai exigir um miaor gasto por parte dos sindicatos.
Queda na arrecadação
A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, abriu a assembleia frisando a importância de a categoria participar de todos os debates do sindicato, incluindo este sobre a forma de como resolver o problema financeiro da entidade. Em seguida, o tesoureiro, Geraldo Ferraz, fez uma explanação com base em estudo do Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostrou que o número de bancários no Rio de Janeiro passou de 32.233, em 2015, sendo 15.582 sindicalizados, para 28.479, em 2017, sendo 13.269 sindicalizados, tendo forte impacto na receita. A queda na receita é também causada pelas demissões, seguidas da contratação de substitutos com salários menores. "Hoje, as despesas já correspondem a 116% da receita. Com o fim da Contribuição Sindical perderemos mais de R$ 3 milhões. Por isto a necessidade da aprovação da Contribuição Voluntária", explicou.