Fernando Neiva visita a agência barco da Caixa que percorre o Marajó
O conselheiro eleito pelo funcionalismo ao Conselho de Administração da Caixa, Fernando Neiva, esteve em Belém na segunda-feira 26 de janeiro e nesta terça 27, em Marabá-PA. Visitou a agência barco da Caixa, que percorre 9 municípios do Marajó. Conversou com bancários e bancárias da Caixa, nas Superintendências, reuniu com sindicalistas e ainda encontrou um tempinho pra almoçar o delicioso filhote, tomar açaí, tacacá, suco de bacuri e um bom tucunaré na manteiga.
Em Belém, Fernando Neiva concedeu rápida entrevista à reportagem da CUT-Pará, quando reafirmou a posição do movimento sindical bancário, que é contrário à anunciada abertura de capital da Caixa. Anunciou que continuará visitando as agências da Caixa no país, vendo de perto o que passa o trabalhador bancário do banco para poder dialogar sobre condições de trabalho no Conselho de Administração. Indo aonde o bancário está.
CUT-PA – Neiva, qual tua opinião sobre a anunciada proposta de abertura de capital da Caixa, feita no finalzinho de 2014 pelo governo federal?
Fernando Neiva – Olha, essa abertura do capital, do jeito que está colocada hoje, é uma política totalmente equivocada com relação à Caixa Econômica Federal. Veja bem: a Caixa é um banco público. É um banco que tem 100% das ações e o governo federal é o dono. Isso significa dizer que a sociedade brasileira é a dona da Caixa Econômica Federal. Agora, recentemente nós ouvimos a presidenta Dilma afirmar que vai fazer a abertura do capital da Caixa. O que significa isso? Significa dizer que vai tirar dos 100% de ações da União e passar 30% para a Bolsa de Valores, para o capital privado. São as chamadas IPO’s, né. E isso também significa o que, para nós empregados e empregadas da Caixa? Significa o início da privatização. Pra que isso? A Caixa é detentora de grandes políticas sociais e políticas públicas que nós desenvolvemos, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), Depósitos Judiciais, o Penhor e inúmeras políticas que nós conduzimos.
São políticas acertadas como, por exemplo, a Agência Barco, da Ilha do Marajó. Qual banco que faz esse tipo de trabalho, principalmente à população carente? Nós temos uma agência que percorre, aqui, vários municípios no Pará, e no Amazonas também, que atende a população que mais precisa. Nós vamos achar que um banco privado vai fazer esse tipo de atendimento? Nunca. E por que nunca? Porque o banco privado pensa somente no lucro. Essa é uma das razões por que a abertura de capital da Caixa não é salutar para a sociedade, nem para nós empregados e empregadas. E eu, como conselheiro, juntamente com os sindicatos, estamos fazendo esse debate e somos totalmente contrários a essa política perversa que, com certeza, é o início da privatização.
CUT-PA – Tu és um conselheiro dentre os 7 que integram o Conselho de Administração da Caixa e o único eleito no voto direto pelo funcionalismo. Como é o mandato e qual a principal característica de atuação?
Fernando Neiva – Olha, o mandato, eu costumo falar, ele não é meu: ele é nosso. Eu fui eleito com o apoio da Contraf-CUT, da CUT, da maioria das APCEF’s, da Fenae, do funcionalismo. E principalmente, daquilo que eu sou: eu sou um sindicalista. Então eu valorizo muito os sindicatos, o papel mobilizador e transformador dos sindicatos na vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Os sindicatos, eles foram muito importantes nessa eleição e temos que valorizar também a conquista que os sindicatos tiveram quando nós colocamos a eleição do conselheiro em todas as estatais do país.
Portanto, esse nosso mandato é democrático, é transparente e, principalmente, é aquilo que eu sempre fiz na minha vida quando eu era presidente do sindicato dos bancários de Belo Horizonte: sempre em contato com a base, ouvindo o bancário, seus anseios, críticas. Andar na base, sempre. Então, quando me posiciono como conselheiro, minha voz é a voz do bancário, da bancária. Porque esse mandato não é meu, é nosso, e a democracia na qual cresci como sindicalista manda que as deliberações e as definições têm que ser coletivas, ajustadas no coletivo e não no individual. É assim de forma bem participativa ouvindo, olhando, conversando, sentindo a base bancária que atuo como conselheiro e me coloco à disposição de todos e todas pra gente ter bem qualificada a nossa voz dentro do Conselho de Administração da Caixa, que é uma conquista histórica e temos que fazer valer.