O “Seu Jornal” da TVT, veiculou nesta quinta-feira (26), uma reportagem sobre a Campanha Nacional de Combate à Discriminação, lançada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) no dia 18 de outubro. A categoria sofre com a discriminação no setor bancário e busca ampliar esse debate para combater o problema não apenas nos bancos, mas em toda a sociedade. O objetivo é valorizar trabalhadores de todos os gêneros, raças, identidade sexual e deficiências, no momento em que cresce o ódio e a intolerância na sociedade.
Na abertura da reportagem, a jornalista Michelle Gomes questiona: “Quantas pessoas com deficiência, negras, ou LGBTs você vê trabalhando nas agências bancárias?” Michelle cita dados do II Censo da Diversidade Bancária, divulgado em 2014, para informar que apenas 24% dos bancários são negros, 3,6% são Pessoas com Deficiência (PCDs), número bem abaixo dos 5% exigidos por lei. A repórter lembra ainda a situação dos LGBTs é ainda pior.
“Não dá mais pra entender e compreender que só porque você é diferente você tem que ser discriminado. Isso atinge diretamente trabalhadores que estão no mercado de trabalho e que precisam buscar a sua dignidade e cidadania”, afirma Adilson Barros, diretor da Contraf-CUT e membro do Coletivo Nacional de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Trabalhadores com Deficiência (CGROS) da Contraf-CUT.
Além da dificuldade de acesso no setor bancário essas pessoas quando conseguem uma oportunidade de emprego enfrentam na carreira outros desafios por causa do preconceito.
Não temos números oficiais sobre as questões LGBTs porque as pessoas ainda não se sentem à vontade para se manifestarem. Elas são discriminadas até pelos próprios colegas, pessoas que trabalham com elas e gostam delas”, observa Crislaine Bertazzi, Secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (Fetec-CUT/SP).
Para Crislaine, a situação das mulheres é complicada mesmo elas tendo maior escolaridade do que os homens. As bancárias ganham, em média, 24% a menos do que os bancários, exercendo a mesma função.
“As mulheres ainda precisam enfrentar o segundo turno, porque as mulheres ainda são responsabilizadas pela criação dos filhos e pelos cuidados com a casa”, observa Crislaine.
Para chamar atenção dos banqueiros e da população sobre a importância da diversidade, a Contraf-CUT lançou a Campanha Nacional de Combate à Discriminação com o lema “Não é preciso ser para sentir”.
> Veja o vídeo de divulgação da Campanha
“Essa campanha não se fecha no mundo do trabalho bancário. O maior objetivo é dialogar com um número maior de pessoas de toda a sociedade. Todos precisamos entender que devido ao retrocesso nesse país, com o golpe em curso, como uma reforma que ameaça a retirada de direitos, a discriminação atinge diretamente esses grupos sociais que a gente resolveu defender e dar visibilidade. Nós estamos aí. Temos qualificação para o trabalho e estamos sendo discriminados”, conclui Adilson.
Veja abaixo a íntegra do vídeo com a reportagem da TVT.