Reino Unido força grandes bancos de investimentos a ajudar empresas

Financial Times
Megan Murphy e Sharlene Goff

Grandes bancos de investimento, incluindo Goldman Sachs e Deutsche Bank, estão sendo pressionados pelo governo britânico para contribuir com dezenas de milhares de libras esterlinas para uma nova iniciativa de concessão de empréstimos para pequenas empresas carentes de crédito.

Executivos de instituições financeiras globais foram convocados para uma reunião com Alistair Darling, o ministro das Finanças, e com lorde Mandelson, o ministro do Comércio, para discutir a sua participação no plano, que Darling estava ansioso para anunciar como parte do seu relatório pré-orçamentário, amanhã.

O encontro no gabinete do ministro ocorreu em meio a crescentes tensões entre o setor bancário e o governo, em torno de um ataque frontal desferido contra a remuneração dos executivos de bancos e dos planos de Darling, de introduzir um “superimposto” sobre gratificações.

Outros bancos presentes no encontro incluíram JPMorgan Chase, UBS, Credit Suisse e BNP Paribas.

Fontes familiarizadas com as discussões dizem que os bancos foram solicitados a contribuir 25 milhões de libras esterlinas a 35 milhões de libras cada para uma nova “corporação de investimentos nacional” para suprir capital ao setor de pequenas empresas.

Bancos com matrizes no Reino Unido, incluindo Barclays, HSBC e Standard Chartered também estão sendo pressionados a se unir à iniciativa, embora com um compromisso financeiro muito mais elevado. O Royal Bank of Scotland (RBS) disse já ter destinado 100 milhões de libras esterlinas para o novo fundo.

Apesar de os detalhes do imposto permanecerem vagos, ele foi concebido para incidir uma única vez, sobre todos os bancos que atuam no Reino Unido. O Tesouro já decidiu que vai aplicar o imposto a conjuntos de gratificações ou a executivos de bancos individuais.

Também se soube ontem que até um terço das gratificações pagas a Stephen Hester, executivo-chefe do RBS, e a outros executivos do alto escalão no banco, será determinado pelo desempenho do seu fundo de ativos tóxicos de 240 bilhões de libras esterlinas. A estrutura das remunerações está formulada para proporcionar incentivos para o Royal Bank of Scotland melhorar o desempenho desses empréstimos de alto risco, mesmo sabendo que eles serão segurados por meio do programa governamental de proteção a ativos.

As discordâncias em torno das gratificações tomaram conta do setor bancário na semana passada depois das revelações de que o tesouro assumiu o controle do fundo de gratificações do RBS em novembro.

Autoridades do governo disseram que é fundamental que executivos do alto escalão tenham incentivos de longo prazo. “É importante tentar garantir que o contribuinte tenha pessoas inteligentes e bem motivadas lidando com os seus ativos”, disse um deles.

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