O aumento de mais de 300% no número de reclamações de clientes contra os dez maiores bancos do país, entre os meses de junho de 2002 e de 2006, mostra que a sobrecarga à qual os bancários são impiedosamente submetidos pelas instituições financeiras reflete diretamente sobre os clientes. O Sindicato defende que a solução para o problema é a contratação de mais trabalhadores.
Em junho deste ano, o Banco Central (BC) registrou 3.058 queixas contra 761 do mesmo mês no ano de 2002, variação de 302%.
O mesmo BC afirma que o número de clientes bancários subiu 89% entre 2002 e 2008, saltando de quase 68 milhões para pouco mais de 129,5 milhões. O número de contas bancárias, entre correntes e poupanças, também cresceu, de 135,5 milhões para 177,6 milhões entre 2002 e 2006, o dado mais atualizado até hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese). Aumento de 31%.
Já o número de bancários para atender a toda essa crescente demanda variou apenas 8,89% entre 2002 e 2007, de 398.098 para 433.389, segundo o mesmo Dieese.
O resultado de uma conta rápida mostra a sobrecarga: em 2002 cada bancário respondia, em média, por 170 clientes ou 340 contas. Hoje, essa média bate em 409 contas, aumento de 20%, e 298 clientes por trabalhador, aumento de 69%.
“Os bancos precisam colocar na prática o discurso de responsabilidade socioambiental disseminado nas propagandas, pois o que vemos no dia-a-dia é o desrespeito à sociedade ao não oferecer condições para os bancários atenderem os clientes com a atenção que gostariam, além de usurpar a população com tarifas excessivas e juros estratosféricos”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.
HSBC – Em 2008, o campeão de reclamações no BC é o HSBC, que ficou no topo da lista em quatro dos seis meses já divulgados (fevereiro, abril, maio e junho). Em janeiro a “taça” ficou com o Itaú e, em março, com a Nossa Caixa.
Fonte: André Rossi, Seeb SP, com Agora S.Paulo