Recém-criada, BB Seguridade já é denunciada por fraudes trabalhistas

O Banco do Brasil criou uma empresa chamada BB Seguridade e tem cedido vários funcionários concursados para o empreendimento. Esses bancários estão sendo transferidos para a nova empresa porque seus cargos atuais foram extintos, o que acarreta a perda da comissão e retorno para a função de escriturário em caso de recusa.

Além da pressão para aceitar a cessão, o Sindicato dos Bancários de Brasília também denuncia a manobra jurídica velada do banco para descaracterizar a função de bancário desses trabalhadores para incluí-los como securitários.

A maioria dos cedidos para o BB Seguridade é oriunda da Diretoria de Seguros, Previdência Aberta e Capitalização (Diseg), que tinha em torno de 100 bancários antes da criação da nova empresa.

O banco tem feito uma terceirização interna com os próprios funcionários cedidos para que eles exerçam outra função. A instituição financeira propõe que os cedidos migrem para a categoria dos securitários e, assim, integrem outro acordo de trabalho. A transferência para a nova empresa é quase uma obrigação, já que esses funcionários se especializaram na área de seguridade.

Danos aos direitos conquistados

O BB tenta descaracterizar a atividade dos bancários que atuam temporariamente na BB Seguridade, o que traz sérios danos aos direitos conquistados com muita luta ao longo de décadas.

Neste ano, o Sindicato participou de duas reuniões com a Diseg para discutir a cessão dos bancários para a BB Seguridade. Após debate e negociação com o Sindicato, a empresa informou que não tentaria alterar a categoria desses bancários, mas não cumpriu o combinado e aposta em reduzir direitos dos funcionários cedidos.

“Além deste desrespeito do BB com estes trabalhadores cedidos, o Sindicato recebeu diversas denúncias de fraude no ponto eletrônico e de não pagamento das horas extras trabalhadas. Os funcionários cedidos estão com um ponto manual, o que é um retrocesso ao direito conquistado após muita luta dos bancários”, denuncia o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que também é bancário do BB.

O Sindicato questiona a quem interessa este modelo de terceirização interna e volta a cobrar respostas para algumas perguntas não respondidas pelo banco.

1) De quanto será a Participação dos Lucros e Resultados (PLR) dos diretores e executivos na BB Seguridade, se optarem a se desvincular da convenção dos bancários?

2) A quem interessa a perda de direitos conquistados pelos bancários com a alteração da categoria dos funcionários cedidos?

3) Como fica a situação dos funcionários que retornarem para o BB após serem cedidos?

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