(São Paulo) O ABN Real adiou ontem, pela terceira vez, reunião da Comissão de Negociação de PPR. O encontro já havia sido adiado duas vezes, de 19 de julho para 31 de julho, e dessa data para o dia 02 de agosto. Ainda não foi marcado novo dia. Com isto, não é possível afirmar como (e quando) deverá ocorrer o pagamento.
A comissão, conjuntamente com o banco, é responsável por negociar e definir os parâmetros e valores do PPR. O problema é que o banco tem dificultado cada vez mais a participação da representação dos trabalhadores. Dessa forma, o que vem ocorrendo é a imposição da vontade do banco, o que sempre privilegiou a minoria dos funcionários.
O movimento sindical desde o início defendeu a eleição, com participação de todos os funcionários, dos representantes para negociar o PPR. No entanto, o ABN sempre postergou a decisão sobre a organização de uma eleição.
Diante desta postura, o movimento sindical, no final de 2005, apresentou uma outra alternativa: um acordo coletivo entre funcionários e banco (lei ordinária 10.101/2000). Desde o mesmo ano foi também apresentada uma pauta específica de propostas e sugestões para o PPR, que nunca foram debatidas na comissão ou objeto de negociação por parte da empresa.
Por isto, o movimento sindical decidiu não participar da Comissão de PPR, propondo como alternativa o acordo entre banco e trabalhadores. “Precisamos garantir um processo de negociação e diálogo e, principalmente, conquistar avanços no pagamento dos valores do PPR entre os ‘grades’ 3 a 11”, declara o diretor da FETEC/CUT-SP, Gutemberg Oliveira.
Segundo ele, se o banco quiser fazer uso da isenção de encargos tributários e sociais que a lei 10.101/2000 permite, precisa sentar com o movimento sindical e negociar com seriedade uma distribuição mais justa de parcela de seus lucros entre os trabalhadores. “E não manter a distribuição desigual que tem praticado há anos, vantajosa apenas para os cargos de diretoria, onde o PLR chega a ultrapassar os R$ 200 mil. O banco não abre os números do programa interno de remuneração para os funcionários porque sabe que geraria descontentamento generalizado”, afirma Gutemberg.