A Rede Brasil Atual publicou na noite desta terça-feira (28) uma entrevista exclusiva com a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. A categoria realiza assembleias por todo o país nesta quarta-feira (29) para avaliar e deliberar sobre a proposta de acordo para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Depois de quase dois meses de negociações, os bancos recuaram em sua tentativa de corte de direitos e de reajustar salários e demais direitos econômicos da categoria apenas pela inflação. No fim de semana, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta que prevê aumento salarial de 5% com impacto em todas as verbas e na participação nos lucros ou resultados (PLR).
O reajuste inclui um aumento real estimado em 1,18% (a previsão do INPC oficial a ser conhecido apenas na primeira semana de setembro é de 3,78%) e incide também sobre valores como vales refeição (vai para R$ 35,18/dia) e alimentação (R$ 609,87/mês) e auxílio-creche (R$ 468,42), a fórmula básica da PLR (valor fixo de R$ 2.355,76 mais 90% do salário) e também na parcela adicional de PLR (R$ 4.711.52).
Prevê também a manutenção de todos os direitos econômicos e sociais previstos na atual convenção, inclusive para os bancários que têm curso superior e recebem acima de dois tetos do INSS (R$ 11.291,60). A não inclusão desse segmento, onde se encontram cerca de 20% dos 487 mil bancários do país, era uma das “brechas permitidas” pela “reforma” trabalhista.
Tendo a nova lei trabalhista aprovada sob o governo de Michel Temer como “aliada”, os bancos iniciaram as negociações com ameaças de redução e cortes de direitos, especialmente os bancos públicos. Os bancários, por sua vez, anteciparam todo o processo de organização da campanha e calendário de mobilizações com vistas a pressionar por um desfecho antes de o atual acordo expirar, em 31 de agosto.
“Antecipamos toda preparação da campanha e das negociações, porque se corria o risco de ficar sem acordo. E não bastava conseguir a ultratividade na Fenaban, porque o governo já tinha dito que as empresas públicas não estavam autorizadas a aplicar”, diz a coordenadora do Comando Juvandia Moreira, presidenta da confederação nacional da categoria (Contraf-CUT).
“Nos preparando para a greve, caso necessário, pois o objetivo sempre é chegar a um bom acordo. Chegamos a esse limite por conta da conjuntura e também da nossa organização”, afirma Juvandia, para quem as incertezas no cenário político também levaram os bancos a ser mais objetivos nas negociações.
Leia a íntegra da entrevista no site da RBA.
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