Cresce a indignação contra a proposta indecente
Os bancários cearenses seguem firmes na greve que já chega ao seu quarto dia nesta sexta-feira, 9/10. Em todo o Estado, 369 das 567 agências existentes estão paradas, o que corresponde a 65% de adesão. O movimento é nacional e segue por tempo indeterminado, para pressionar os banqueiros a oferecer uma proposta decente à categoria.
Em Fortaleza, 158 das 262 agências estão fechadas, enquanto que no Interior 211 das 305 agências aderiram à greve. 100% das agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil no Estado estão paralisadas.
“A adesão massiva da categoria atesta a indignação com a intransigência dos banqueiros e mostra a força de mobilização dos bancários”, avalia Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.
O dirigente ressalta, mais uma vez, que todas as determinações previstas na Lei de Greve (Lei 7.783/89) estão sendo rigorosamente cumpridas pela entidade sindical. “Nós observamos todos os prazos legais para deflagração do movimento, temos cumprido o funcionamento da compensação bancária – único item previsto como essencial na lei – bem como não há qualquer impedimento para entrada dos clientes nas agências, que têm livre acesso aos caixas eletrônicos”, destacou o presidente.
Proposta indecente
Os bancos culpam a crise na mesa de negociação para justificar a pior proposta que apresentaram aos trabalhadores nos últimos anos: reajuste de 5,5%, muito abaixo da inflação do período de 9,88% (INPC). Mas esquecem de mencionar que, mesmo com o baixo desempenho da economia brasileira, eles vão muito bem: os cinco maiores (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram, juntos, o lucro de R$ 36,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os lucros, juros e tarifas bancárias só aumentam de volume. É um setor que só cresce ano a ano, mas que explora os bancários, os clientes e a sociedade.
Nova assembleia
Os bancários cearenses se reúnem na próxima terça-feira, 13/10, às 17h, na sede do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro) para avaliar o movimento grevista e traçar estratégias de luta para a semana.