(São Paulo) Trabalhadores de diversas categorias foram às ruas nesta segunda, dia 23, protestar contra a emenda 3, que pode retirar direitos se o Congresso Nacional derrubar o veto do presidente Lula. Em São Paulo, em ato promovido pelo Sindicato, a população enviou mensagens aos deputados e senadores cobrando a manutenção do veto presidencial.
A mobilização dos bancários reforçou o recado dado logo cedo pela paralisação de duas horas dos metroviários e condutores, que abriram os protestos nacionais. “Foi um êxito a tentativa de chamar a atenção do público e dar visibilidade para essa questão da Emenda 3”, destacou Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Na base da Fetec-SP, as atividades deram o alerta à população sobre os riscos embutidos na emenda que, na prática, dificulta a atuação dos fiscais do Ministério do Trabalho, da Previdência Social e Receita Federal, facilitando, assim, contratações irregulares por parte das empresas.
Na base da Fetec-PR, o sindicato de Curitiba fez manifestações no Palácio Avenida do HSBC, que parou por 24 horas, o sindicato de Londrina fez manifestação no Calçadão de Londrina, com entrega de jornal, o sindicato de Apucarana, em conjunto com outras entidades sindicais, entregou panfletos e colheu assinaturas para abaixo-assinado. O Sindicato dos Bancários de Dourados (MS) também fez panfletagem em apoio ao veto da Emenda 3, junto com o Sindicato dos professores.
CUT – A mobilização em apoio ao veto presidencial contra a emenda 3, convocada pela CUT e pelas demais centrais para a manhã desta segunda-feira (23), em São Paulo, foi um completo sucesso, paralisando das 4h30 às 6h30 os terminais de ônibus e metrô da capital paulista.
Em manifestação conjunta realizada às 5 horas na estação do metrô Corinthians-Itaquera, linha da zona leste de São Paulo responsável pelo maior fluxo de passageiros da capital, os representantes das centrais sindicais se somaram às lideranças dos metroviários e dos motoristas e cobradores de ônibus para explicar à população que chegava as conseqüências desastrosas da emenda para a classe trabalhadora.
Crescimento – Segundo Rosane Silva, secretária de Políticas Sindicais da CUT nacional, os protestos vêm crescendo pelo Brasil afora, "pois meia dúzia de parlamentares querem assaltar o direito a férias, o 13º salários, as licenças maternidade e paternidade, fazendo com a emenda 3 uma reforma na legislação contra os trabalhadores".
De acordo com Antonio Carlos Spis, da executiva nacional da CUT, "a estratégia da direita com a emenda 3 é rasgar a carteira de trabalho, com mudanças que trarão graves prejuízos aos trabalhadores, substituindo o holerite por uma nota fiscal para retirar direitos". "Isso é inadmissível e estamos aqui, neste ato às cinco horas da manhã, para deixar claro que não aceitamos esse golpe", frisou.
Para o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus de São Paulo, Jorge Isao Hosogi (Jorginho), a categoria parou em peso na capital pois "não aceita essa emenda que coloca o trabalhador como refém dos patrões, sem qualquer direito, nem mesmo à indenização quando é mandado embora".
Mais categorias – Em Paulínia, São Paulo, os petroleiros paralisaram as principais refinarias, das 7 às 8h30, em protesto contra a tentativa de derrubada do veto à emenda 3. Os trabalhadores aproveitaram para cobrar da Petrobrás a implementação urgente do novo plano de cargos e salários (PCAC), em discussão desde 2003.
No Rio Grande do Sul, as manifestações convocadas pela CUT e demais centrais mobilizaram cerca de 50 mil trabalhadores de diversos ramos em todo o estado. Em Porto Alegre, metalúrgicos, sapateiros, telefônicos, bancários e outras categorias participaram pela manhã de ato público em frente ao Laçador, das 7 às 9h. Os manifestantes distribuíram panfletos e utilizaram carro de som para alertar a população sobre a importância da manutenção do veto à emenda 3. Após o ato, os metalúrgicos voltaram para o trabalho nas fábricas em passeata. Em Caxias do Sul e em Pelotas, metalúrgicos e trabalhadores de outros ramos “trancaram” as principais avenidas e ruas em protestos contra a emenda 3.
Fonte: Contraf-CUT, com CUT