Manifestação dos bancários no centro do Rio de Janeiro
Em protesto contra as demissões realizadas pelo Santander durante o ano de 2013, os bancários do Rio de Janeiro, Niterói e Sul Fluminense fizeram paralisações de 24 horas nesta terça-feira, dia 17.
No Rio houve fechamento de nove agências, sendo duas Select, no eixo da Avenida Rio Branco, centro financeiro da cidade, mais o prédio administrativo conhecido como Realzão.
Em Niterói, não houve expediente nas 55 agências do banco espalhadas pelos 16 municípios abrangidos pelo Sindicato, nem no prédio onde funciona a superintendência regional. “Só os gerentes gerais e administrativos entraram, todos os demais funcionários foram dispensados”, relata Fabiano Júnior, presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói.
No Sul Fluminense houve a paralisação da maior agência na região, na Amaral Peixoto, mais a superintendência regional e a unidade que funciona no térreo do prédio. Ao todo, 66 agências e três prédios administrativos ficaram paralisados durante todo o dia.
A atividade teve alta adesão dos bancários, assustados com o número de colegas que foram dispensados.
Na capital, foram cerca de 550 demissões. Na base de Niterói, o número passa de 60. E no Sul Fluminense, 38 bancários foram dispensados. Em todas as bases houve dispensas até mesmo durante a greve, período em que as demissões são proibidas.
O temor dos bancários é que, com as mudanças que vêm ocorrendo na rede de atendimento, as demissões continuem. Muitas agências estão sendo fechadas e fusionadas, o que pode levar a mais cortes.
“Aqui em Volta Redonda, fecharam duas. Achamos que vem mais demissão por aí”, relata Jones Rachid, secretário-geral do Sindicato do Sul Fluminense. “Em Cabo Frio, uma agência já foi fechada e cinco bancários foram demitidos na mesma semana, durante a greve”, lembra Fabiano Júnior.
Mais problemas
No Rio, a paralisação teve também outro motivo: a demora do banco em cumprir promessa feita pelo vice-presidente José de Paiva Ferreira. Em reunião com dirigentes sindicais no último dia 28, Paiva havia se comprometido a rever o fechamento do ambulatório do Realzão, que atende não só aos funcionários do prédio, mas de todas as agências da região.
O executivo prometeu que seria montado um grupo de trabalho para elaborar um novo modelo para o serviço ambulatorial, contando com a participação do Sindicato. “Quase um mês após a reunião, nenhuma medida foi tomada e o serviço, que foi desativado no início de novembro, continua suspenso. A desativação levou à demissão dos médicos e enfermeiros”, relata Marcos Vicente, diretor do Sindicato do Rio.
O Sindicato de Niterói também protestou contra a insistência do Santander em enviar prepostos terceirizados para fazerem as homologações de demissões. A prática é proibida, já que o preposto precisa ter vínculo empregatício para poder homologar dispensas, mas o banco continua mandando terceirizados para realizarem a tarefa.
Já houve casos de bancários que tentaram sacar o FGTS e não conseguiram, porque a Caixa Econômica Federal, obedecendo à determinação legal, não reconheceu a assinatura do terceirizado como preposto do banco.