Proposta do Banco da Amazônia não responde à minuta específica e entidades orientam rejeição e greve

Um total desrespeito com a categoria do Banco da Amazônia. Esse foi o sentimento das entidades sindicais na reunião realizada com a comissão de negociação do banco na tarde dessa terça-feira (30), em Belém, quando a instituição financeira apresentou uma proposta que se restringe ao índice de reajuste da Fenaban de 6,5%, adiantamento de PLR no valor de R$ 400,00 e sem nenhuma resposta às mais de cem reivindicações da minuta específica de seus empregados.

Além disso, logo no começo da reunião, a comissão de negociação dos trabalhadores, que representa a Contraf-CUT, o Sindicato dos Bancários do Pará e a Fetec-CUT Centro Norte foi surpreendida com a informação de que a proposta do banco já tinha sido divulgada para o funcionalismo da empresa através de comunicado interno, o que para as entidades sindicais também caracteriza desrespeito com a categoria no processo de negociação. O banco alegou que houve equívoco por parte do setor de comunicação da empresa.

Diante disso, as entidades informaram ao banco que a proposta será levada à assembleia geral dos empregados do Banco da Amazônia, agendada para essa quinta-feira, 1º de setembro, às 19 horas, na sede do Sindicato dos Bancários do Pará, mas com indicação de rejeição e deflagração de greve por tempo indeterminado.

“Ficamos surpresos com essa proposta do banco. Esperávamos uma proposta global à minuta específica dos empregados e empregadas do Banco da Amazônia, o que não ocorreu. Informamos que orientaremos a assembleia a rejeitar tal proposta, mas nos colocamos abertos ao diálogo e esperamos que o banco nos chame para apresentar uma proposta digna e que atenda aos anseios da categoria. Agora o momento é de construir a greve, pois somente com muita luta garantiremos vitória para nossa categoria nessa Campanha”, apontou o secretário de organização da Contraf-CUT, Carlindo Abelha.

“A proposta apresentada é incompleta e totalmente desrespeitosa, pois não responde a absolutamente nada do que reivindicamos em nossa minuta específica, como garantia de emprego, contratações, segurança, PCCS, melhores condições de trabalho, dentre outros pontos. Nesse sentido, não há alternativa para os empregados e empregadas da instituição senão a construção de uma forte greve em busca de novas conquistas nessa Campanha Nacional”, completou o vice-presidente da Fetec-CN e empregado do banco, Sérgio Trindade.

Outros pontos discutidos

PAI – As entidades sindicais aproveitaram a oportunidade para tratar de algumas demandas dos empregados do banco, como o Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI). O Sindicato apresentou críticas da categoria quanto à restrição de adesões, limitadas a quem não fez adesão aos planos saldados da Capaf e a quem possui ação judicial contra a instituição financeira.

Ainda que não seja conduta do movimento sindical bancário o incentivo a participação em planos de aposentadoria voluntária, para as entidades sindicais essa medida representa uma forma de retaliação que precisa ser revista.

O banco se comprometeu em avaliar o pedido e dar uma resposta às entidades em momento oportuno.

PLR 2011 – Ficou acertado que os setores jurídicos do Banco da Amazônia e do Sindicato dos Bancários farão reunião ainda nessa semana para tratar especificamente da distribuição dos valores referentes à ação da PLR 2011.

Saúde Amazônia – O banco alegou que devido ao atraso na publicação do reajuste do índice da ANS, o valor de referência do Saúde Amazônia ainda passa por estudo, mas se comprometeu em dar resposta na próxima sexta-feira (2) para aplicar reembolso retroativo aos participantes do plano.

Principais reivindicações no Banco da Amazônia

– Reajuste salarial com ganho real

– Mais contratações

– Melhoria estrutural de todas as unidades

– Segurança Bancária

– PCCR

– Inclusão do Quadro de Apoio no PCCR

– Fim da Terceirização

– Incorporação da comissão no salário base

– Concorrência Seletiva

– Plano de Saúde aos aposentados

– Implantação do Ponto Eletrônico em conjunto com as entidades

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