A proposta apresentada pela Fenaban, de 5,5% de reajuste mais R$ 2.500,00 de abono, não incorporado ao salário, significa perda real de 4% para os salários e demais verbas da categoria, já que a inflação acumulou 9,88% (INPC).
Uma conta simples mostra que os bancos estão querendo impor retrocesso aos trabalhadores. Nos últimos dois anos, os bancários garantiram, na luta, aumento real de 1,82% e 2,02%, o que resultou num ganho acumulado de 3,88%. Ou seja, a proposta da Fenaban, na prática, mais do que anula os ganhos conquistados pela categoria em 2013 e 2014. Se essa proposta fosse aplicada, o saldo final de 2013, 2014 e 2015 seria de perda real de 0,26% para os bancários.
Ruim demais – Com a proposta feita pela Fenaban, considerando o ganho anual do trabalhador (salários, 13º, férias e FGTS) e a PLR, o bancário que recebe o salário médio da categoria (R$ 6.208) teria uma perda de R$ 2.144,81 ao longo do ano (se comparado a uma proposta que apenas repusesse a inflação).
Abono é perda
Além disso, o abono de R$ 2,5 mil não se integraria aos salários, seria pago só uma vez. Incide imposto de renda e INSS. Ou seja, o valor que seria pago é bem menor que o apresentado pelos bancos. Abono em vez de aumento real significa chegar à próxima campanha, em 2016, com toda a inflação de um ano mais as perdas de 4% para repor nos salários e demais verbas dos bancários. Não incorpora ao FGTS, à aposentadoria nem ao 13º salário. No longo prazo, isso significaria trabalhadores com menos poder de compra e mais dinheiro nos cofres dos banqueiros.
Nem pra uma coxinha
A proposta da Fenaban de 5,5% de reajuste para os vales não cobre a inflação da alimentação fora de casa (10,56%), nem da refeição no domicílio (10,72%). Com esse reajuste de fome, o vale-refeição aumentaria apenas R$ 1,43 (não dá nem para uma coxinha), passando dos atuais R$ 26 por dia para R$ 27,43. Hoje o valor médio de uma refeição na rua é R$ 33,16.