Dentro do processo de qualidade no atendimento, o Banco do Brasil decidiu implantar o programa de “Excelência no Atendimento” em suas agências. O nome parece bonito, mas na realidade o BB esqueceu-se do principal: a proteção à vida dos seus funcionários.
Algumas unidades instalaram mesas com computador no autoatendimento. Pode? O serviço é, na verdade, a saída encontrada para o banco se livrar das filas no interior das agências, problema que poderia ser resolvido com a contratação de mais funcionários.
“Na agência Salgado Filho o BB inova, se negando a atender clientes que desejam entrar no banco, impondo limites para saques e depósitos. Também é uma forma de evitar que as pessoas de baixo poder aquisitivo utilizem os serviços internos”, informa o diretor de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e funcionário do BB, Flávio Pastoriz. “Na Borges de Medeiros, uma funcionária foi agredida por uma cliente, tanto verbal quanto fisicamente”, acrescenta Pastoriz.
Indiferente à realidade de violência e assaltos que atingem todos os bancos, inclusive o BB, a direção expõem seus funcionários, obrigando-os a fazer uma triagem na sala de autoatendimento, local onde funciona o “Excelência no Atendimento”. “Com isso, o banco faz uma seleção de quem chega, impedindo o acesso interno”, afirma o diretor e funcionário do BB, Julio Cesar Vivian.
“O BB, assim como outros bancos, não investe em segurança. As agências estão vulneráveis e deficientes, sem vidros blindados e com a porta giratória após o autoatendimento”, aponta Pastoriz.
A melhoria nos dispositivos de segurança, visando inibir os ataques consta da pauta de reivindicações dos bancários. O SindBancários está empenhando para que os bancos cumpram, de uma vez por todas, as leis de segurança em vigor em Porto Alegre e desrespeitadas pelas instituições financeiras: a Lei da Blindagem (n° 10.397/2008), a Lei das Portas Giratórias (n° 7.494/1994) e a Lei das Câmeras (n° 8115/1998).
Por fim, os dirigentes são unânimes em concordar que a ‘Excelência no Atendimento’ passa por atender o cliente, oferecendo o livre-arbítrio, caso ele deseja entrar na agência ou usar o autoatendimento. “Este não é o banco público que defendemos” , completa o diretor Ronaldo Zeni.