Os empregados da carreira profissional da Caixa(RH 060) da base do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte decidiram, em assembleia realizada hoje, 17 de junho, às 9 horas, na sede da entidade, pela aprovação da última proposta apresentada pela empresa e colocaram fim a uma greve de 50 dias, a maior da história da categoria bancária.
Durante a assembleia, os empregados reconheceram a importância da atuação do Sindicato na condução do movimento e aprovaram uma Moção de Repúdio (leia abaixo a Moção na íntegra) contra os procedimentos adotados pelo Comando Nacional, ANEAC (Associação Nacional dos Empregados Advogados da Caixa, ADVOCEF (Associação dos Advogados da Caixa) e CONTEC (Confederação Nacional dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Crédito) no fim do movimento.
A proposta feita pela Caixa prevê que a mudança para o novo PCS seja feita em duas etapas. A primeira, retroativa a 1º de abril, com salário inicial de R$ 6.199 e final de R$ 8.704. A segunda etapa seria a partir de 2010, com piso de R$ 6.600 e teto de R$ 9.116 pelo valor nominal, ou seja, compensados eventuais reajustes aplicados na data base dos bancários.
Para os dias parados, a proposta contempla o abono de metade dos dias não trabalhados por conta da greve iniciada em 28 de abril. A outra metade será compensada até 31 de dezembro de 2009. Para os casos de afastamento em que o empregado não deu causa, a Caixa se comprometeu a prorrogar o prazo para compensação a partir de 31 de dezembro deste ano, pelo mesmo período de afastamento.
Não haverá abono de compensação para os casos de afastamentos programáveis, como férias, rescisão de contrato de trabalho e outros. O desconto das horas paradas só ocorrerá se o empregado não as compensar em face desses afastamentos.
A assembleia aprovou ainda o desconto no valor de R$ 60,00 a título de Taxa Assistencial para custear as despesas da greve, sendo que o empregado terá o livre arbítrio de solicitar ao Sindicato que não faça o desconto.
Para o empregado da Caixa e diretor do Sindicato Fernando Neiva o desfecho do movimento deixou claro a importância da participação do Sindicato na condução da greve. “O fato do Comando e da Contec não terem consultado a base sobre a aprovação da proposta apresentada pela empresa foi um desrespeito. Mas o importante é que apesar de não termos conquistado tudo o que queríamos, a unidade e a força do movimento foi fundamental para avançarmos em relação as propostas apresentadas pela Caixa”, ressaltou.
MOÇÃO DE REPÚDIO
Ao longo do processo negocial apoiamos os comandos nacionais de negociação e mobilização da ANEAC, ADVOCEF e CONTEC.
Sabemos das dificuldades inerentes a esse processo, principalmente em meio a uma greve de 50 dias, a maior em toda a história de lutas da categoria dos bancários, e com dissídio em andamento perante o TST.
Todavia, nesse momento final, desapontamo-nos com os procedimentos adotados pelo Comando Nacional e pela CONTEC.
Entendemos que ocorreram divergências entre as informações/orientações divulgadas pelo Comando e o texto final do Termo Aditivo. Citamos, por exemplo, a questão referente ao processo de migração, a compensação de metade das horas não trabalhadas em razão da greve, já que não constou do Termo Aditivo que a Caixa abonará a outra metade, dentre outras.
A aceitação da proposta pelo Comando e pela CONTEC, assim como a indicação de volta imediata ao trabalho, ocorreram sem que tivessem sido concluídas as assembleias em todos os Estados da Federação, e sem que houvesse a apuração e divulgação do resultado das assembléias, o que denota desapreço pela opinião das bases .
Esperamos que nossa manifestação seja entendida como uma crítica construtiva, vinda de um grupo forte, combativo, que valoriza as ações coletivas e que acredita na união como única forma de prosseguir na luta pela conquista dos objetivos de TODA a carreira profissional.
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE BH E REGIÃO