Bancários protestaram contra entrega do banco público dos paranaenses
A privatização do Banestado (Banco do Estado do Paraná) completou 12 anos na quarta-feira, dia 17 de outubro. Engolido pela política de favorecimento aos grandes tubarões do sistema financeiro nacional, encaminhada durante o governo neoliberal de FHC, o banco público paranaense foi levado a leilão e arrematado por apenas R$ 1,6 bilhão pelo Itaú.
O argumento usado na época pelo então governador do Estado, Jaime Lerner, para a venda era de que o Banestado estava quebrado, de que era utilizado para a realização de operações de empréstimos irregulares e de que com a privatização o atendimento à população paranaense seria melhorado.
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Este mesmo destino tiveram o Banespa, Banerj, Bemge e diversos outros bancos públicos estaduais, quase todos comprados a preços módicos pelo Itaú e Bradesco.
Nesta transação, o Itaú levou a parte “boa” do banco, formada pela rede de agências, carteira de clientes, imóveis, R$ 1,6 bilhão de créditos tributários e o direito de operar as contas do Estado por cinco anos. Além disso, ficou com 21% das ações da Copel, dadas pelo governo Lerner como garantia pela compra de títulos “podres” de Osasco, Guarulhos e dos Estados de Alagoas, Santa Catarina e de Pernambuco.
O processo de “saneamento” feito pelo governo do Estado iniciado em 1997 resultou numa dívida de R$ 5,6 bilhões junto ao Banco Central. O governo do Paraná ficou ainda com R$ 1,5 bilhão de créditos irrealizáveis.
No início deste processo foram cortados cerca de 8.300 empregos diretos no Banestado, atingindo bancários, pessoal da limpeza, copa, vigilantes, fornecedores e outros.
Desmonte da rede
Após ter assumido o controle do então banco público paranaense, por volta de 2001, o Itaú desencadeou uma onda de fechamento de dezenas de agências em municípios de pequeno porte no interior do Paraná, consideradas deficitárias.
Ao mesmo tempo, o banco demitiu milhares de funcionários, jogando o discurso feito por Jaime Lerner de que a privatização traria benefícios aos paranaenses. Atualmente, o Itaú mantém várias agências nas pequenas cidades funcionando com apenas um funcionário, sem portas de segurança e com estrutura precária, muitas delas ainda utilizando mobiliário da época do Banestado.
Na ânsia de elevar ainda mais seus lucros já exorbitantes, o Itaú segue em frente com o enxugamento de seu quadro no Estado. Segundo levantamento feito pelos Sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR, entre janeiro de 2010 a outubro de 2012 o banco promoveu 704 demissões de bancárias e bancárias no Paraná.
Assim, no aniversário de 12 anos de privatização do Banestado, não há nada o que se comemorar, muito pelo contrário.