da Efe, em Londres
da Folha Online
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, defendeu nesta segunda-feira que não se pode “recompensar o fracasso” nos bancos do Reino Unido, após a polêmica surgida pelos planos de algumas instituições de pagar bonificações a seus diretores.
Em declarações a um grupo de economistas em Londres, Brown disse que se opõe à cultura das gratificações nos bancos e prefere que as recompensas sejam concedidas pelos lucros que as instituições bancárias obtiverem a longo prazo.
O premiê também se mostrou favorável a aplicar sanções aos que assumem riscos irresponsáveis nos bancos.
A política de não premiar o fracasso continuará de forma “agressiva”, disse Brown, que acrescentou que os bancos nos quais o Estado tem participação não pagarão bonificações aos membros do conselho de administração, e que os acionistas não receberão dividendos este ano.
“Eu acho que, como sociedade, deveríamos apoiar o trabalho duro, o esforço (…), o risco assumido de forma responsável”, afirmou o chefe do governo.
O ministro das Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, encomendou uma investigação independente sobre como os bancos estão sendo administrados e se concederão bonificações aos executivos, com o objetivo de identificar as práticas que acarretam um risco excessivo.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama anunciou, na última quarta-feira (4) um limite de US$ 500 mil anuais para remuneração dos executivos de instituições financeiras que receberam ajuda do governo.
Na ocasião, Obama criticou os executivos de Wall Street por receberem US$ 18,4 bilhões (R$ 42,4 bilhões) em bônus em 2008, em meio a uma economia em recessão. Ele disse que essa atitude não revela apenas um “mau gosto, mas também uma má estratégia”. ‘A fim de restaurar nosso sistema financeiro, temos de restaurar a confiança. E a fim de restaurar a confiança, temos de deixar claro que os recursos dos contribuintes não estão subsidiando pacotes excessivos de compensações para Wall Street’, afirmou.