O primeiro dia da greve nacional dos bancários começou em Rondônia com 92 das 130 agências, de bancos públicos e privados, fechadas em todo o Estado, o que representa um índice de 70% de adesão. Este é um número considerado positivo pelos dirigentes do Sindicato dos Bancários de Rondônia (SEEB-RO), por se tratar de um primeiro dia de paralisação que cai exatamente às vésperas do feriado de 7 de Setembro.
Em Porto Velho a adesão foi ainda maior, com quase todas as agências fechadas, e em todo o Estado o número de bancários que atendeu ao chamado da greve é muito superior ao primeiro dia de greve de 2015, com várias concentrações de trabalhadores em frente às agências, departamentos ou em locais estratégicos, como a Praça Getúlio Vargas no Centro da capital.
A greve nacional dos bancários é uma resposta dos trabalhadores para forçar os bancos a apresentarem uma nova proposta que contemple as reivindicações econômicas (que incluem aumento real de salário) e sociais, entre elas preservação do emprego e da saúde, combate às metas abusivas e ao assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.
A pauta de reivindicações, aprovada pela 18ª Conferência Nacional dos Bancários realizada em São Paulo entre 29 e 31 de julho, foi entregue à Fenaban no dia 9 de agosto, e desde então aconteceram cinco mesas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) quando, no dia 29 de agosto, os bancos disseram 'não' para todas as reivindicações sociais e, nas cláusulas econômicas, ofereceram o provocativo índice de meros 6,5% de reajuste (2,80% a menos que a inflação do período) e abono de R$ 3.000 que é pago apenas uma vez e não incide nas férias, 13º salário, FGTS, vales, auxílios e previdência.
Por isso os bancários em todo o país, por meio de assembleias gerais realizadas na última quinta-feira, 1º de setembro, rejeitaram a proposta apresentada pela Fenaban e decidiram cruzar os braços, por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira, 6/9.
"Novamente os bancos preferiram empurrar os trabalhadores para a greve, mesmo representando o segmento que mais lucra na economia nacional, com lucros exorbitantes e que garantiriam facilmente as nossas reivindicações. Por isso tivemos que vir para a frente das agências e vamos intensificar essa mobilização até que os banqueiros voltem atrás e surjam com uma proposta salarial mais decente e que valorize os trabalhadores atendendo as demais cláusulas sociais", avaliou José Pinheiro, presidente do Sindicato.