(Brasília) Previ e Funcef assinaram esta semana o contrato de investimento e incorporação das empresas do grupo Brasil Ferrovias pela ALL – América Latina Logística S.A. O negócio faz parte da ampla estratégia de reestruturação que os fundos de pensão e o BNDES implementaram para recuperar o grupo.
O negócio, no valor aproximado de R$ 1,4 bilhão, corresponde à alienação total do da Brasil Ferrovias e da Novoeste. O acordo prevê a participação de Previ, Funcef, BNDES e JP Morgan na operação, podendo os acionistas minoritários aderirem em condições similares.
A concretização da operação se dará por meio da troca de ações da ALL, ou seja, a holding incorporará integralmente as atividades da Brasil Ferrovias e da Novoeste. Sendo assim, Funcef, Previ e BNDES receberão um lote de novas ações da ALL (composto por ações ordinárias vinculadas ao Acordo de Acionistas da ALL) e Units (Certificados de Depósitos de Ações), com liquidez no mercado. Essas ações serão rateadas proporcionalmente às participações de cada um desses acionistas, em relação à soma de seus percentuais. Com isso, Previ e Funcef passam a ser sócias da maior empresa de logística da América Latina.
Para o diretor-presidente da Funcef e presidente do Conselho de Administração do grupo Brasil Ferrovias, Guilherme Lacerda, o negócio só foi possível a partir da ação saneadora desenvolvida anteriormente. “Vários problemas antigos foram equacionados e hoje o controle das empresas está sendo transacionado num horizonte bem mais animador. O acordo acertado é positivo para os vendedores e compradores, tanto que os fundos passam a ser sócios da nova empresa para colher, no futuro, os frutos da valorização juntamente com os demais acionistas”.
Sérgio Rosa, presidente da Previ, lembra ainda que a decisão que os dois fundos tomaram de recuperar financeiramente a Brasil Ferrovias foi acertada. “Avaliamos que a empresa tinha um enorme potencial econômico e iniciamos um intenso esforço para recuperá-la. A formalização do acordo de incorporação com a ALL conclui esse processo de reestruturação, com a vantagem de que vamos capturar a valorização futura da Brasil Ferrovias, uma vez que vamos ter participação na sua nova controladora, a ALL”, comemora.
O grupo Brasil Ferrovias é formado por dois sistemas: Brasil Ferrovias S.A., composto pela Ferronorte e pela Ferroban (Sistema de Bitola Larga), e a Novoeste Brasil S.A. (Sistema de Bitola Métrica). A Funcef vende a participação no capital votante, que possui nos dois grupos: 23,61 % e 22,31%, respectivamente. A Previ possui 23,49% do capital votante na Brasil Ferrovias S.A. e 20,69% na Novoeste S.A.
A Brasil Ferrovias S.A. fechou 2005 com receita bruta consolidada de R$ 744 milhões e 11,3 milhões de toneladas transportadas. Hoje, conta com 4.918 vagões, 232 locomotivas e malha com extensão de 2,6 mil km. Já a Novoeste S.A. fechou o ano com receita bruta de R$ 81 milhões e transporte de 3,5 milhões de toneladas. Atualmente, mantém 3.987 vagões, 97 locomotivas e malha com extensão de 2.071 km. As duas malhas ferroviárias estão entre as mais estratégicas do País por estarem situadas em uma região privilegiada e por ligarem o Centro-Oeste ao Porto de Santos, permitindo transportar produtos destinados ao comércio exterior.
As atuais diretorias da Previ e da Funcef fizeram imenso esforço no sentido de recuperar os investimentos feitos na época da privatização e que haviam trazido grandes prejuízos. A atual alienação viabiliza as condições para que os dois fundos de pensão atenuem as perdas verificadas até então.
A interação operacional das empresas Brasil Ferrovias e Novoeste com a ALL cria as condições operacionais favoráveis para que se atenda eficazmente os compromissos assumidos pelas concessionárias, no sentido de viabilizar o transporte ferroviário aos clientes de diversos setores, cumprindo as determinações do órgão regulador (ANTT).
Com isso, os investidores estão certos de que, simultaneamente a uma solução negocial, estão contribuindo decisivamente para o desenvolvimento do País.
Fontes: Previ e Funcef
