Pressão sindical rompe o silêncio e arranca reunião com o Banpará

Após um longo silêncio, ato público e intermediação da Assembleia Legislativa do Pará, o Banpará recebeu na tarde de sexta-feira, 15 de fevereiro, o Sindicato dos Bancários do Pará, a Fetec Centro-Norte e a Contraf-CUT para tratar de assuntos de interesse do funcionalismo do Banpará, como tíquete extra, promoção por antiguidade, reajuste dos caixas, ponto eletrônico, condições de trabalho, contratações, antecipação da PLR, dentre outros.

“Lamentamos a demora do Banpará no atendimento às entidades sindicais para debater questões relevantes ao funcionalismo. O Banco do Estado tem caminhado na contramão do debate entre capital e trabalho, não conseguindo sequer construir uma agenda de negociações permanente com a categoria, o que ocorre em todos os bancos públicos e privados. Esperamos que daqui para frente possamos dar continuidade às mesas de negociação com o Banpará, em busca de avanços para os trabalhadores”, destaca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Tíquete extra

O Banpará insiste que o assunto está esgotado e o Sindicato reafirmou que recorrerá da decisão judicial e que permanecerá lutando para reaver o tíquete que foi confiscado em 2012.

“O banco tem total condições de garantir o pagamento do tíquete extra aos funcionários, reconhecendo e valorizando seu trabalho e desempenho, que vem dando lucratividade à instituição. Porém, numa lógica neoliberal do atual governo do Estado, retira direitos dos trabalhadores e não aceita negociar esse ponto com as entidades”, ressalta a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves.

Promoção por antiguidade

Banco bate na mesma tecla que já houve uma progressão em 2012, logo a próxima será somente 3 anos depois, ou seja, em 2015. Sindicato, Contraf-CUT e Fetec-CN reafirmaram o entendimento que o marco zero do PCS é janeiro/2010 e que em 2012 houve uma progressão por merecimento, mas faltou a de antiguidade,que deveria ter sido honrada agora em janeiro/2013, assunto que, inclusive já foi demandado judicialmente pelo Sindicato. O banco informou ainda que, por portaria, informou a promoção de bancários que não tinham sido contemplados na progressão de janeiro/2012, com pagamento retroativo a jan/2013.

“O Banpará mais uma vez descumpre acordo assinado com os trabalhadores quando não aplica a progressão por antiguidade prevista pelo regulamento do PCS, além de não aceitar o debate com as entidades em um assunto tão importante como a valorização do funcionalismo dentro do Plano de Cargos e Salários. Isso demonstra que a direção do banco não respeita os seus funcionários e funcionárias, bem como o que é negociado em mesa”, afirma o diretor de Relações de Trabalho da Contraf-CUT, Adílson Barros.

Reativação dos comitês

O banco informou que todos os comitês já estão com calendário definidos. O GT-PCS terá a primeira reunião do ano no dia 27 de fevereiro, às 10h. O de Relações Trabalhistas, dia 19, às 16h e o de Segurança, 20 de fevereiro, às 10 h.

Ponto eletrônico

Sindicato cobrou a implantação do ponto eletrônico e propôs que seja flexibilizada a hora de almoço, podendo ficar entre 1 a 2 horas, com negociação entre bancários e gestores. Banco pediu um prazo para responder quando haverá a implantação efetiva e que responderá sobre a proposta do Sindicato, após consulta a toda a diretoria do banco.

Comissão dos caixas e coordenadores de posto

A comissão dos caixas, reivindicação do movimento sindical e que foi apalavrado pela diretoria na última campanha salarial, saiu hoje em portaria e o pagamento sairá retroativo a janeiro/2013. A comissão aumentou em 6,25% e a função de coordenador de posto aumentou 9%. A função de caixa no Banpará agora passa para R$1.400,00 e só fica abaixo da comissão de caixa no Banco da Amazônia, que é R$1.455,00. Nos demais bancos, a função é menor.

Condições de trabalho e mais contratações

Sindicato, Fetec-CN e Contraf-CUT pautaram uma série de postos e agências que estão com déficit de pessoal e com as unidades carecendo de urgente reforma. E destacou a situação de sobrecarga de trabalho em algumas unidades como Altamira, PAB Anajás, Mojú e necessidade de reforma no PAB Mosqueiro. Sobre condições de trabalho e reformas, a diretora administrativa informou que já existe um cronograma de obras e reformas contemplando as unidades. E sobre déficit de pessoa nos postos, assegurou que estrutura foi ampliada para 2 técnicos bancários, 1 coordenador e 1 caixa. Ressaltando, entretanto que em alguns postos não há espaço físico para garantir essa nova estrutura.

Malária

A Fetec-CN pautou a situação de calamidade pública em Anajás por malária e que urge o banco dar uma assistência efetiva aos bancários lotados no Pab Anajás para prevenir e tratar eventuais problemas envolvendo a saúde dos bancários que atuam em Anajás.

Ficou assegurado nova reunião em breve, após a reativação dos comitês, mas não foi marcada a data.

Para a diretora da Fetec-CN, Vera Paoloni, “apesar do fastio do banco em exercitar o diálogo, a retomada dos comitês já com cronograma definido, a comissão dos caixas, mesmo pequena, é um passo inicial para o diálogo. Falta o tíquete e a promoção por antiguidade para que o diálogo seja efetivo pra valer. E continuamos firmes na luta para avançara e ampliar direitos”.

Participaram da reunião pelo movimento sindical: Rosalina Amorim, presidenta do Sindicato e Odinéa Gonçalves, diretora; Adílson Barros, diretor de relações de trabalho da Contraf-CUT; e Vera Paoloni, diretora da Fetec-CN. Pelo banco: Márcia Miranda, diretora administrativa; Oneide superintendente da Sudep e as assessoras da Dirad, Juliana e Débora.

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