Depois de muita pressão do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o Santander acabou com o prazo de adesão para o acordo sobre as dívidas dos bancários com o Bandeprev, o fundo de pensão do antigo Bandepe. A princípio, os associados tinham de assinar o acordo até o dia 29 de novembro, mas os representantes dos funcionários cobraram e o banco aceitou acabar com este limite. Assim, o Sindicato orienta os trabalhadores a assinarem a proposta para evitar problemas maiores no futuro.
“Conseguimos este avanço, mas ainda não estamos satisfeitos com o acordo. Os juros e correções cobrados sobre a dívida é exageradamente alto. O Sindicato continua pressionando o Santander para retomar as negociações, mas orientamos os bancários a assinarem o acordo, pois, caso contrário, o associado pode perder os benefícios do Bandeprev”, explica o diretor do Sindicato, Epaminondas Neto, informando que, em breve, o departamento jurídico do Sindicato vai repassar mais informações aos bancários.
Além da redução dos juros e correções, o Sindicato também quer discutir alternativas que permitam o acesso à complementação de aposentadoria de vários participantes dos grupos G1 e G2, que hoje se encontram em via de aposentadoria ou aposentados, mas que, por limitação da idade, não podem acessar os planos do Bandeprev.
“Já entramos em contato com a direção do Santander em São Paulo e, em paralelo, protocolamos um ofício no Bandeprev pedindo acesso aos dados do fundo de pensão. É um absurdo os juros e correções que o banco está cobrando sobre essa dívida que não foi causada pelos participantes. Pelo contrário. Esse débito se refere aos dois anos que os associados do Plano Básico deixaram de pagar as contribuições quando o Bandepe foi privatizado. Na época, o Real comprou o banco e tentou acabar com a Bandeprev, fechando as contribuições. Tentamos, inclusive, efetuar o pagamento das mensalidades em juízo, mas o fundo de pensão não autorizou”, detalha Epaminondas.
Segundo o dirigente, o Sindicato já questionou o valor dos juros e correções, mas os representantes do Bandeprev explicaram que a meta atuarial foi exigência da Secretaria de Previdência Complementar.
“Alguns participantes não têm condições financeiras de honrarem a dívida nestes valores. O fundo de pensão disse que estuda algumas alternativas para determinados casos. No fim, a direção da Fundação limitou-se a dizer que estes assuntos devem ser tratados de forma mais abrangente com os representantes do próprio grupo patrocinador. Então é isso que vamos fazer e já estamos cobrando a abertura de negociações com o Santander”, afirma Epaminondas.
Ele destaca que o Sindicato também vai marcar uma reunião com a Secretaria de Previdência Complementar para tratar do assunto. “Os bandepeanos têm real interesse em solucionar o impasse, pois é o futuro de suas aposentadorias que está em jogo. Mas não é justo pagarmos esses juros. Até porque a Bandeprev é superavitária e podemos encontrar uma solução negociada para a dívida”, comenta.